MOONLIGHT

longas Viagens

TRILHA SONORA: CRAZY - SHAWN MENDES

🌙💫🌑❤ DANI🌙💫🌑❤

QUATRO HORAS ANTES

Eu vesti um tênis qualquer e fui direto para o Clube, onde ficava o salão principal. Eu iniciaria finalmente minhas aulas de piano com o Mark. Por que eu fui pedir para o Eduardo me arrumar um tutor de piano? Eu devia saber que ele ia aprontar para o meu lado! Fala sério!

Cheguei ao salão principal do Clube entre as quatro e as cinco horas da tarde e Mark ainda não havia chegado. Foi a oportunidade perfeita para tentar fugir e fingir que eu havia dado o bolo, e não ele. Mas quando abri a porta, lá estava ele, sorridente, como se nada estivesse acontecendo.

Talvez realmente nada estivesse acontecendo, mas então, por que eu estava nervosa daquele jeito? "É só uma aula de piano, Daniela!" - pensei, e voltei para o lado de dentro para não precisar ser testemunha de bom-humor alheio.

- É impressão minha ou estava tentando fugir? - ele perguntou entrando no salão logo atrás de mim.

- Fugindo? Fugindo de quê? - perguntei. - Só se for da sua cara feia, mas não, porque eu não tenho medo dela - dei uma risada sarcástica.

- Ah, então 'tá' bom, Daniela - ele falou, provavelmente me achando a pessoa mais sem graça do mundo, mas fazer o quê? Eu não resistia ao sarcasmo.

- Vamos acabar logo com isso - me sentei no banquinho do piano enquanto Mark acendia as luzes do salão.

- Ok, se você acha que vai ser fácil assim, está muito, muito, muito enganada mesmo! - ele arregalou os olhos e tirou um caderno e um estojo da mochila que ele carregava nas costas.

- Pra quê o caderno? - perguntei com a testa franzida.

- Você tem que aprender a teoria antes da pratica, my darling - ele piscou e me empurrou com o tronco do próprio corpo para "abrir espaço para ele".

- Não me estressa, Mark caixa d'água - falei, em homenagem à sua enorme cabeça.

- Você é a única coisa estressante aqui, pinguim anão - ele falou enquanto tirava uma caneta do estojo e abria o caderno. - E antes que você me irrite mais, vamos começar. Primeiramente vamos falar sobre cifras.

Ele começou a escrever uma espécie de tabela no papel:

A = LÁ

B = SI

C = DÓ

D = RÉ

E = MI

F = FÁ

G = SOL

- Essas são as cifras, isso você tem que decorar, começa na letra A e na nota Lá, a partir daí a sequência é normal - ele falou, e finalmente consegui entender aquilo. - Todas as vezes que você ver uma letra A, você faz a nota Lá, todas as vezes que for B, é a nota Si, e assim por diante - ele concluiu.

- Por quê? - perguntei e ele me encarou.

- Como assim "por quê?", Daniela? - perguntou, impaciente.

- Por que a letra A é a nota Lá sendo que Dó é a primeira nota? Concorda que por ser a primeira letra, deveria ser equivalente à primeira nota? - ele me encarou por mais alguns segundos com uma expressão um tanto... Confusa.