o equilíbrio que eu precisava

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TRILHA SONORA: IMAGINATION - SHAWN MENDES

- Uau! - arqueei as sobrancelhas com a frase. - Pelo visto é uma pessoa muito importante.

- Como sabe que é uma pessoa? - ele perguntou.

- Se fosse objeto seria maconha, e é claro que você não fuma - ele gargalhou. - Na verdade, é porque você falou do sorriso. Então, concluí que é uma pessoa, e provavelmente uma garota. Eu conheço?

- Sim, conhece - ele deu uma risada abafada.

- É a Anne? - perguntei, com medo da resposta, mas sem deixar transparecer. Ele riu.

- Não, não é a Anne - suspirei de alívio.

- Ester? Tina? Beatrice? - perguntei.

- Não, nenhuma delas - ele negou, rindo da minha tentativa de adivinhar.

- Ah, então só pode ser a Dani - ele negou com a cabeça, sorrindo.

- Bia, faz assim, vai dormir - eu revirei os olhos e ele riu mais. - Um dia você descobre.

- Ok, éntão - concordei. - Vou nessa, até mais.

- Boa noite - ele falou, se aproximou, me deu um beijo na bochecha e saiu correndo na direção da esquina mais próxima para ir para a casa dele.

"Ótimo. Agora quem está viajando sou eu!" - pensei. Chacoalhei a cabeça e entrei o mais rápido possível.

- Vou contar tudo pra mamãe - A voz do David me fez pular de susto.

- Ah! - gritei. - David! O que está fazendo acordado?

- Eu sempre fico acordado até mais tarde para ver Lucas Martin te trazendo para casa - ele falou entrando no quarto à minha frente..

- Você tem que parar com essas idiotices, David - eu falei me preparando para dormir. - E o nome dele não é Martin.

Apaguei as luzes e não demorei muito para pegar no sono. Aquela noite ficou marcada em minha memória, foi a primeira vez que sonhei com Lucas. Também ficou marcada como "o diagnóstico de loucura da Ana Beatriz", porque... Comecei a pensar na possibilidade de nunca mais dormir, e, se dormisse e sonhasse com ele de novo, nunca mais acordar. Eu tinha encontrado a minha âncora ou um pretexto para sentir o que eu sentia? De acordo com Ester, nenhuma das duas coisas:

- ESQUECE ELE! - ela arregalou os olhos. - Você não está me contando isso - ela apoiou a cabeça nas mãos.

- Ester, pelo amor de Deus, não conta pra ninguém! - falei.

- Eu não vou contar nada para ninguém! Você sabe disso! - ela falou. - Mas a Anne gosta dele, Bia, pelo amor de Deus, você não pode fazer isso com ela. Sem contar que vocês não têm nada a ver, sei lá, são muito diferentes.

- Olha para a minha cara - eu falei, seria. - Acha mesmo que eu tenho culpa? Eu lutei com todas as minhas forças e eu não sei mais o que fazer! Eu não vou me aproximar mais dele, mas sei lá, por que ele não some daqui?

- Porque ele é o irmão do Tiago e se ele sumir daqui o Tiago entre em depressão - disse ela e eu suspirei. Eu não queria que ele sumisse, foi só uma forma de expressar minha indignação para com os meus próprios sentimentos.

- Eu sei, Ester, eu não falei sério, mas... Eu não quero pensar nele de outra forma, ele é meu amigo - falei. Eu não estava sendo completamente sincera, mas naquele momento nem mesmo eu sabia disso.

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