luta implacável

95 6 22
                                        

TRILHA SONORA: NOBODY GOTTA KNOW - WHY DON'T WE

🌙💫🌑❤ TINA 🌙💫🌑❤

- Porcaria! - resmunguei batendo meus tênis no Deque.

A noite já havia caído e eu estava indo pra casa depois de passar o dia na casa da Anne com as meninas, menos Ester. Ela não estava lá, mas concluímos que ela precisava de tempo. Anne nos reuniu pra contar algo importante: Ela percebeu que estava sentindo mais saudade do Tiago do que normalmente sentiria, e percebeu que gostava dele quando ele comprou uma pulseira pra ela.

Eu não entendi direito, mas ela estava apaixonada, mesmo à distância, e isso já significava muita coisa. No caminho para casa, pisei em uma possa de lama por causa da chuva que só parou de cair a algumas horas. Fui até o Deque, no lago, que não estava muito longe, e entrei em um a luta implacável contra a lama que cobria meus tênis de todos os lados.

- Tá com raiva é? - me assustei com a voz repentinamente aparecendo atrás de mim.

- Meu Deus! Bruno! - gritei quando dei de cara com ele.

- Calma! - exclamou ele com os olhos arregalados.

- Eu estou muito calma - resmunguei e voltei a fazer o que eu estava fazendo.

- Deixa eu ajudar - ele pegou um dos tênis da minha mão e tentou batê-los também. - O que fez pra acontecer esse desastre?

- Andando, sem prestar um pingo de atenção, é nisso que dá - eu não estava em um dia muito bom, mas é claro que não interessava a ele saber.

No geral, eu era uma pessoa extremamente calma, bem resolvida, entre outros. Eu não tinha problemas com absolutamente ninguém, mas... Naquele momento, meu problema era com tudo.

- E no que estava prestando atenção? - ele perguntou, rindo.

- Em nada, não tem nada pra prestar atenção, não sei se percebeu - resmunguei.

- O quê? Tina com raiva? Que milagre! - exclamou ele, e eu o encarei.

- Não tem graça.

- Vai me falar o que aconteceu? Eu não vou embora até você me falar - sem perceber, já não estávamos mais batendo tênis. Estávamos apenas sentados no Deque.

- Bom, eu não sei - pensei e repensei em tudo o que se passava pela minha cabeça. - Eu estava na casa da Anne e ela estava contando algumas "questões do coração" dela. Eu comecei a pensar no quanto todos ali vivem de tudo, e eu só fico assistindo. Era como se eu estivesse de fora. Eu sei que é uma tremenda bobagem acreditar que desejos feitos no pôr do sol poderiam se realizar, mas depois de ver tantos desejos realizados, eu tinha uma certa esperança - refleti sobre algo que... Acho que eu estava com dificuldade de admitir para mim mesma.

- Desejos? - ele perguntou.

- É... Foi uma tremenda bobagem mesmo, a Bia já deve até ter esquecido - concluí, já que ela não havia contado nada a ele.

- Mesmo que ela tenha esquecido, você não esqueceu. Me conta - ele pediu, e eu suspirei.

- Já vou avisando, você vai rir, mas tudo bem - respirei fundo. - A turma inteira se reuniu antes das aulas começarem e... Subimos no cantinho de luz, o pico mais alto do condomínio. Fizemos desejos olhando para o pôr do sol relacionados ao período do ano letivo, mas praticamente nenhum dos nossos desejos foi realmente relacionado à escola. O que precisávamos e o que desejamos talvez estivesse somente aqui dentro, ou veio dos Estados Unidos, enfim, é uma longa história.

MOONLIGHTOnde histórias criam vida. Descubra agora