Mixed Feeling - NEYTINHO

10. Um tempo

Segunda-feira - 09:00 - EUA

Espero em frente ao elevador, com os nervos à flor da pele. Estou até parecendo um adolescente indo encontrar o namorado.

A minha viagem foi calma, tranquila. Não fui muito barrado pelos fãs, foi uma viagem surpresa para eles. Alguns ficaram preocupados por eu não avisar, mas era o melhor que eu podia fazer.

Não fazem nem dez horas e eu já estou morrendo de saudades da Maria, e de Ainê também, além de tudo, ela é uma boa amiga e nunca me abandonou.

Finalmente a porta se abre, Lucas Paquetá estava escorado e encarando o chão.

- Cara! - Paquetá abre um sorriso e me abraça - Não faz ideia de quanto tempo espero por esse momento - Comenta ainda me abraçando.

- Você é bonitão, viado. - Rimos, separamos do abraço, clico no botão do andar 15 e nos encaramos. - Eai, pra onde vai agora?

- Vou pro meu quarto, acredita que fiquei sem companheiro? - Pergunta chateado - Vou ficar isoladasso lá.

- Af, aí complica né. Ainda mais que é sua primeira vez com a seleção. - Murmuro e ele assente - 'Vou dividir o quarto com o Neymar, depois eu do uma 'aparecida no teu. Que tal jogar uma FIFA?

- Aí eu boto fé! - Sorrimos.

A porta se abre e com um toque de mão nos despedimos. Ele entrou em seu quarto e eu segui o corredor até parar em frente ao de Neymar, que era meu também.

Eu estou em dúvida, não posso negar que fiquei pensando o vôo inteiro sobre agora. Sobre o que vamos conversar, eu ensaiei cada palavra. Só espero que a gente não saia no soco.

Abro a porta e arrasto minha mala ao lado dela, fecho a porta e me viro pra frente. Neymar não estava lá, o.k., normal acontecer isso.

Decido tomar banho, e relaxar um pouco mais. Não posso estar tenso durante nossa conversa.

Após o banho, e já estar 'pronto', deito na cama e fuço no meu instagram. Em um storie postado á pouco de Neymar, ele estava tomando café, aqui mesmo no hotel.

Decido mandar uma mensagem para ele.

Quando abro sua conversa no whatsapp, a porta se abre e ele entra assoviando. Guardo meu celular no bolso, o loiro faz uma cara de surpresa quando me vê, e permanece paralisado.

- Nós temos que conversar. - Me pronuncio ficando de pé.

- Olá, tudo bem? Senti saudades suas! - Neymar debocha e tenta me abraçar.

Afasto-o delicadamente com uma mão e permaneço sério.

- Sinceramente? Não tem como conversar com você todo debochado. - Esbravejo encarando-o.

- Quer parar de chilique? Você acabou de chegar aqui... E poxa, foram meses sem te ver e tu não quer nem me dar um abraço. - O loiro murmura com o olhar triste.

Talvez, eu tenha pegado pesado. Mas se eu me permitir levar, não consigo dizer o que quero.

- ... - Suspiro e me sento na cama - O.k. Neymar, o.k. Eu estou bem e posso garantir que você também está! Eu 'tava quase infartando de saudades suas, - o maior abre um sorriso - mas precisamos ter essa conversa, é essencial.

- Uau! Doeu confessar que sentiu minha falta? - Pergunta arqueando a sobrancelha. Eu reviro os olhos, puxo o celular do meu bolso, entro na galeria e clico nos prints que eu tinha. - Ué, vai me ignorar agora?

- Não - respondo e me levanto, deixando meu celular em suas mãos.

- O que tem? - Indaga com a expressão confusa olhando a tela do celular.