Capitulo 10

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Dormi feito criança e despertei igualmente assustada com a Selma andando pelo quarto, estava a a procura de uma camiseta de manga comprida para andar de moto. Ela faz  na maior parte do tempo adora demonstrar a sua incapacidade de achar as suas próprias coisas e o pior que ela faz isso de propósito,  sua intenção com aquele tetro todo é de chamar a minha atenção, impondo uma dependência de maneira forçada e desnecessária. 

Pacientemente levantei, peguei a camiseta no guarda roupas, ela sorrindo totalmente sem graça, vestiu a tal camiseta e resolvi levantar e fomos tomar o nosso café. Chegando no restaurante do hotel após uma olhada rápida, encontramos o Claudio sentado em uma mesa próximo a janela. Seria indelicado da minha parte não sentar com eles, a contra gosto sentamos na mesa dele. Logo ambos começaram a falar da tal prova em que correriam juntos e a empolgação era nítida. Pelo que pude compreender a competição seria em equipe e juntos traçavam estratégias para a prova.

Do outro lado da mesa em silêncio eu os observava e pensava: meu Deus, como se parecem, porque não ficam juntos logo? Era muita soberba e mesocracia no café da manhã para o meu gosto. O Claudio parecia ser um cara legal, mas por trás do seu humor ácido, das suas piadinhas bobas, existia um cara mimado, machista, filho de papai, alguém que não precisou se esforçar muito para ter a vida que tem, embora seu berço justificasse tal comportamento e a Selma parecia ter encontrado seu igual. Suas falas eram carregadas de petulância, o discurso de ambos eram muito parecido em varias situações, e eu me surpreendi com a compatibilidade dos dois.

Após tanto falarem perceberam que eu estava a mesa e o Claudio perguntou-me:

- Fernanda qual será a programação do dia? Você acordou cedo! Está ansiosa?

- Não, eu acordo sempre cedo mesmo e não combinamos nada para o dia, hoje é domingo dia de acordar tarde, relaxar, ficar na cama fazendo preguiça sem pressa de nada!

- Nossa, isso está soando como uma crítica para a gente! Respondeu a Selma.

- Claro que não, não quis dizer isso! O dia está lindo, vou esperar as Meninas na piscina, esperar que acordem, embora acho que não acordarão tão cedo!

- Nisso você tem razão, talvez a Betina acorde cedo, para aproveitar o dia, agora a Helô e a Clara, pode esquecer.

- De qualquer modo, estarei por aqui! E vocês, sabem que horas retornam?

- Olha, não temos a menor ideia! Comentou o Claudio.

Eu respirei fundo do outro lado da mesa e eles se levantaram, a Selma me deu um beijo no rosto e saíram. Permaneci tomando meu café, admirando a beleza e tranquilidade do lugar. Perdi-me em meus pensamentos imaginando como seriam as nossas vidas sem aqueles dois, pensei milhares de coisas e senti vergonha, meus pensamentos eram inconcebível. Eles possuem vontade própria.

Terminei meu café com calma e de volta ao meu chalé, sozinha desta vez peguei meu biquíni no armário e joguei-me na cama, ainda era cedo e as Meninas demorariam a acordar. O dia estava lindo, mas o sol ainda não estava quente para que eu ficasse na piscina, tirei o biquini e voltei nua para baixo das cobertas.

Na  cama completamente nua com a cabeça coberta ousei desejar que a Helô adentrasse a qualquer momento pela porta e me possuísse, eu estava louca de saudades e controlar meus quereres estava cada vez mais difícil.

Perdida em mim divagando sobre meus desejos, maluca com meus pensamentos, ouço a porta se abrir, acabei nem dando muita importância, pois só poderia ser a Selma que esquecerá alguma coisa. Mantive-me inerte como se estivesse a dormir, esperei ela me pedir alguma coisa, porém o silêncio manteve-se. Não demorou muito fui surpreendida por mãos tateando meu corpo. Sem acreditar no que estava acontecendo puxei o cobertor para ver o que estava acontecendo, pensei: será que a Selma mudou de ideia e não foi competir?

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