Para todos os finais comuns

Luz na minha escuridão

POV CHRISTIAN

Estou andando a mais de meia hora, parei em um bar que costumava beber com henri, um amigo que acabou se mudando para outra cidade, depois que ele se foi comecei a comprar bebidas em qualquer loja de conveniências e andar pelas ruas, numa tentativa de não me sentir tão sozinho, na verdade eu até tenho outros amigos mas eles não são os que eu sinto que posso contar para qualquer coisa, até mesmo beber em um bar enquanto jogamos conversa fora, eles são mais do tipo "escandalosos" curtem outras festas, claro que não pode faltar as drogas mas não faz meu tipo, a ultima vez que sai com eles quase fui preso, preciso me manter bem longe das grades por enquanto.

Comprei cinco cervejas, estou terminando a quinta, o céu ja está bem escuro as pessoas estão passando de um lado para o outro, loucos para chegar em casa e ficar com suas "famílias perfeitas", ta ai uma coisa que nunca cheguei a ter, quando olho para o lado vejo uma mulher  de cabelos negros longos com a raiz acinzentada, aparentando ter uns quarenta e cinco anos.

Espera ai ... Mãe? Não pode ser, essa mulher é minha mãe? Ela está morta, mas olha como ela se parece, quando paro de pensar percebo que empurrei todos que estavam em meu caminho e estou perto de tocar no ombro da mulher a minha frente, - Mãe!- eu grito sem saber o que fazer eu não queria ter dito isso, apenas saiu de minha boca, a mulher então se vira, não ela não é minha mãe, ela ta morta seu imbecil, digo a mim mesmo em meus pensamentos - Você...você está bem moço?-  a mulher me pergunta um pouco assustada com a minha atitude. - Sim, estou me desculpe - digo a ela e me sento embaixo da faixada de uma loja de livros.

Por algum motivo sinto algo queimar em meu peito, é um sentimento estranho acho que é a dor por não ter minha mãe comigo, acho que é porra da vida que eu estou vivendo , -ACHO QUE É PORQUE AINDA ESTOU MORANDO COM O ASSASSINO QUE MATOU A MINHA MÃE - eu grito e fico mais aliviado, principalmente quando sinto as lágrimas descerem queimando meu rosto, misturando o gosto salgado de minhas lágrimas com o álcool da bebida em minha boca, o que? Mas porquê diabos eu estou chorando?  Ouço uma risada sair da loja atrás de mim e  tento secar meus olhos, mas ja é tarde quando uma menina tropeça em mim. - Olha por onde anda caralho- Digo puto da vida, quando olho pra cima vejo os olhos de jabuticaba fixos em mim, limpo meu rosto mais do que depressa. - como se ai fosse lugar para estar sentado, gostou dessa? - Ela me pergunta cheia de ironia na fala. - Espera ai ... Você está chorando? - imediatamente tento me afastar. - Não é da sua conta, ta legal? Agora me deixe em paz e pode seguir o teu caminho - Digo com a voz falha decido levantar mas ela é mais rápida quando se inclina e coloca suas mãos em meu rosto o segurando para a encarar, e eu? Eu fico ali paralizado, sem conseguir me mexer só olhando nos fundos de seus olhos enquanto tento não chorar novamente. - Vai confia em mim, me conta - Ela me diz com a voz calma e muito serena, me olhando com dó, me sinto ridículo, mais ainda quando ela abre um sorriso super grande, acho eu que é para me confortar ou ela só está achando minha situação "lamentável" engraçada como ja havia me dito antes na sala de aula, mas agora parece que não importa o sorriso dela me tocou, parece que tudo que há de sombrio em mim se iluminou com um simples gesto, o que está acontecendo porra?