23. Libra

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Passei a noite procurando pelo signo de Libra mesmo não tendo a certeza de que ele era o próximo. Me perguntava se o Universo não me faria sentir o gostinho de ser a Julia Virginiana mais uma vez antes de continuar com seu experimento.

Mas meu pensamento se alterou quando eu pisei os pés no colégio e passei a olhar com outros olhos para cada aluno que passava por ali. Como eram todos tão atraentes e eu nunca havia percebido antes? Será que estava perdendo tempo estando apenas com Thomás e Matheus?

- Julia? - Davi estalou os dedos na minha frente e eu balancei a cabeça, encontrando meus amigos me olhando com curiosidade. - Ouviu a nossa pergunta?

- Não, me desculpa. O que aconteceu? - Sorri abertamente, agora verdadeiramente prestando a atenção.

- O aniversário da Lola é esse fim de semana, estávamos pensando em ir para o Guarujá, na casa dos pais do Gui para comemorar lá. Sairíamos na sexta feira e então voltaríamos no domingo. - Davi repassou o que provavelmente havia sido falado no meio tempo em que eu estava perdida em pensamentos.

- Eu topo. Vamos apenas nós? - Quis saber, olhando para cada um dos meus amigos.

- Onde nós vamos? - Thomás se aproximou, abraçando minha cintura e beijando meu rosto.

Eu havia contado à eles todo o ocorrido e eu tinha recebido todo o tipo de sermão.

"Termine com um deles, você sabe que a Julia Libriana não vai poder se decidir e você vai acabar se enrolando.", foi o que a Carol falou.

"Você sabe que isso é uma má ideia e que pode dar uma merda descomunal.", Guilherme reforçou o alerta da amiga.

A verdade é que eu tinha tudo sob controle e provaria isso à eles. E também estava adorando receber mensagens com flertes em dobro.

- Vamos viajar para o Guarujá. Quer ir? - Perguntei, abraçando seus ombros e olhando em seus olhos verdes encantadores.

- Claro. - Assentiu. - Quando vamos?

Carol tomou a palavra e atraiu a atenção do garoto enquanto eu via a expressão desesperada do meu irmão. Franzi o cenho em seu direção e o vi pegar o celular, digitando algo e então senti meu próprio celular vibrar. E eu até teria conseguido ver sua mensagem, mas o sinal para a próxima aula soou e nós entramos na sala, acabando por me fazer esquecer de algo que aparentava ser importante que Davi tinha para me falar.

Ficara feliz por Thomás voltar a se sentar próximo à mim, mas não sabia exatamente o que aquilo significava. Não sabia se voltáramos para sermos exclusivos ou se éramos apenas amigos coloridos. A verdade era que discussões de relacionamento eram algo complicado, mas sabia que teria que conversar com ele e Matheus separadamente em algum momento.

Passamos boa parte dos intervalos de aula falando sobre a viagem e isso se estendeu para o momento em que fomos lanchar. Enquanto eu esperava na fila para comprar algo para consumir, pude ver meus amigos ainda conversando em uma mesa afastada e senti falta do meu irmão.

Foi então que eu me lembrei de checar a mensagem que ele havia mandado mais cedo, mas a sua figura afobada interrompeu o meu feito e eu o olhei em confusão.

- Você leu minha mensagem? - Perguntou ofegante.

- Não. Ia fazer isso antes de você me interromper. - Me virei de frente para ele, cruzando os braços. - O que foi?

- Eu posso ter feito uma besteira. - Davi mordeu o lábio inferior enquanto fazia uma expressão sofrida.

Engoli em seco já começando a imaginar inúmeras atitudes que ele possa ter tomado e que possa ter afetado a minha vida. Mas não precisei imaginar por muito tempo, Matheus surgiu atrás do meu irmão com um enorme sorriso e se aproximou de mim, me cumprimentando com um beijo no rosto para o meu alívio.

Não Acredito Em SignosOnde histórias criam vida. Descubra agora