Passei a noite procurando pelo signo de Libra mesmo não tendo a certeza de que ele era o próximo. Me perguntava se o Universo não me faria sentir o gostinho de ser a Julia Virginiana mais uma vez antes de continuar com seu experimento.
Mas meu pensamento se alterou quando eu pisei os pés no colégio e passei a olhar com outros olhos para cada aluno que passava por ali. Como eram todos tão atraentes e eu nunca havia percebido antes? Será que estava perdendo tempo estando apenas com Thomás e Matheus?
- Julia? - Davi estalou os dedos na minha frente e eu balancei a cabeça, encontrando meus amigos me olhando com curiosidade. - Ouviu a nossa pergunta?
- Não, me desculpa. O que aconteceu? - Sorri abertamente, agora verdadeiramente prestando a atenção.
- O aniversário da Lola é esse fim de semana, estávamos pensando em ir para o Guarujá, na casa dos pais do Gui para comemorar lá. Sairíamos na sexta feira e então voltaríamos no domingo. - Davi repassou o que provavelmente havia sido falado no meio tempo em que eu estava perdida em pensamentos.
- Eu topo. Vamos apenas nós? - Quis saber, olhando para cada um dos meus amigos.
- Onde nós vamos? - Thomás se aproximou, abraçando minha cintura e beijando meu rosto.
Eu havia contado à eles todo o ocorrido e eu tinha recebido todo o tipo de sermão.
"Termine com um deles, você sabe que a Julia Libriana não vai poder se decidir e você vai acabar se enrolando.", foi o que a Carol falou.
"Você sabe que isso é uma má ideia e que pode dar uma merda descomunal.", Guilherme reforçou o alerta da amiga.
A verdade é que eu tinha tudo sob controle e provaria isso à eles. E também estava adorando receber mensagens com flertes em dobro.
- Vamos viajar para o Guarujá. Quer ir? - Perguntei, abraçando seus ombros e olhando em seus olhos verdes encantadores.
- Claro. - Assentiu. - Quando vamos?
Carol tomou a palavra e atraiu a atenção do garoto enquanto eu via a expressão desesperada do meu irmão. Franzi o cenho em seu direção e o vi pegar o celular, digitando algo e então senti meu próprio celular vibrar. E eu até teria conseguido ver sua mensagem, mas o sinal para a próxima aula soou e nós entramos na sala, acabando por me fazer esquecer de algo que aparentava ser importante que Davi tinha para me falar.
Ficara feliz por Thomás voltar a se sentar próximo à mim, mas não sabia exatamente o que aquilo significava. Não sabia se voltáramos para sermos exclusivos ou se éramos apenas amigos coloridos. A verdade era que discussões de relacionamento eram algo complicado, mas sabia que teria que conversar com ele e Matheus separadamente em algum momento.
Passamos boa parte dos intervalos de aula falando sobre a viagem e isso se estendeu para o momento em que fomos lanchar. Enquanto eu esperava na fila para comprar algo para consumir, pude ver meus amigos ainda conversando em uma mesa afastada e senti falta do meu irmão.
Foi então que eu me lembrei de checar a mensagem que ele havia mandado mais cedo, mas a sua figura afobada interrompeu o meu feito e eu o olhei em confusão.
- Você leu minha mensagem? - Perguntou ofegante.
- Não. Ia fazer isso antes de você me interromper. - Me virei de frente para ele, cruzando os braços. - O que foi?
- Eu posso ter feito uma besteira. - Davi mordeu o lábio inferior enquanto fazia uma expressão sofrida.
Engoli em seco já começando a imaginar inúmeras atitudes que ele possa ter tomado e que possa ter afetado a minha vida. Mas não precisei imaginar por muito tempo, Matheus surgiu atrás do meu irmão com um enorme sorriso e se aproximou de mim, me cumprimentando com um beijo no rosto para o meu alívio.
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Não Acredito Em Signos
Teen FictionJulia Silva é totalmente cética - como uma boa virginiana com certeza seria. Enquanto seus amigos - e todos à sua volta aparentemente - falam sobre signos, ela desdenha, tacha-os de tolos. Mas ela está prestes a descobrir que vai se tornar uma deles...