- Nós vamos na Virada Cultural esse fim de semana? - Carol questionou enquanto mexia no celular.
O professor da primeira aula estava atrasado. Aparentemente haviam inventado uma reunião de última hora e todos os professores estavam ausentes. Por isso estávamos todos reunidos fora da sala de aula.
- Vamos. Eu sempre quis ir. - Davi concordou, dando um beijo nos cabelos da namorada.
- Eu também topo. - Assenti e me virando para Thomás atrás de mim. - Vamos?
- Claro. Vou com você para onde for, coração. - Thomás disse, beijando a ponta do nariz.
- Então por que os dois não vão para o inferno? - Carol sugeriu com um sorriso falso.
- Ai Carolina, acalma esse seu coração peludo. - Guilherme reclamou.
- E você? Por que não vai se pegar com a Tati em algum canto desse colégio?
- Por que está tão magoada? O que aconteceu? Foi o Lucas de novo? - Semicerrei os olhos na sua direção.
- Não foi o Lucas. - Cortou o assunto de uma vez e guardou o celular, cruzando os braços na frente do peito. - Minha mãe e meu padrasto ficam brigando o tempo todo.
- Sua mãe precisa parar de aguentar esse macho babaca. - Fiz uma careta.
- Eu sei! - Bufou, respirando fundo. - Não aguento mais ficar naquela casa.
- Por que não vamos lá pra minha casa hoje? Vemos algum filme? Bebemos um pouco? - Sugeri.
Todos me olharam confusos, já que eu raramente oferecia minha casa para alguma reunião.
- Você está com fe... Oh! - Carolina ia perguntando quando se lembrou que eu era o projeto do Universo.
Imediatamente arregalei os olhos para que ela não dissesse uma palavra sobre aquilo, já que eu não havia dito nada à Thomás e nem pretendia. Apertei mais os braços do garoto à minha volta e deitei a cabeça em seu ombro, olhando-o com um sorriso inocente.
- O que estão aprontando? - Perguntou depois de selar nossos lábios.
- Nada! - Guilherme e Carolina falaram juntos em um tom suspeito.
- Vamos, pessoal! - O professor apareceu apressado, entrando na sala como um raio.
E eu agradeci por ele ter aparecido naquele momento, deixando o assunto finalizado.
Acabamos recebendo um trabalho em grupo para fazer, deixando as bebidas e os filmes para um outro dia. Deixei que todos se reunissem na sala e utilizassem do meu notebook para fazer a pesquisa enquanto eu pegava alguns lanches para comermos.
- OK, eu peguei salgadinhos, lanches naturais e refrigerantes. - Disse, trazendo tudo com a ajuda de Thomás.
- Nós devíamos começar a nos reunir sempre na casa da Julia. - Lola falou, pegando um dos lanches e passando a comer.
- Para irmos à falência? - Davi se virou para a namorada com os olhos arregalados.
- Tá falando que eu como muito, Davi? - A taurina ergueu uma sobrancelha em desafio.
- Claro que não, meu amor. Estou dizendo que você tem muita fome. - O mais novo tentou se explicar.
- Cala a boca, Davi. - Carol interviu, enchendo a boca de salgadinho. - Por que você sequer tá aqui?
- Vim ajudar a fazer o trabalho. - Deu de ombros.
- Tradução: vim ficar perto da Lola até a gente escapulir pro meu quarto. - Provocou enquanto sorria maliciosa.
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Não Acredito Em Signos
Teen FictionJulia Silva é totalmente cética - como uma boa virginiana com certeza seria. Enquanto seus amigos - e todos à sua volta aparentemente - falam sobre signos, ela desdenha, tacha-os de tolos. Mas ela está prestes a descobrir que vai se tornar uma deles...