35. Capricórnio

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Assim que o despertador tocou no dia seguinte, eu me senti disposta a ser eficiente. Tomei banho e fiquei pronta a tempo para ir ao colégio. Tomei meu café sem demora, dando tempo para que eu olhasse algumas redes sociais antes de sair, mas deixando de lado assim que estava no carro. Muitas mensagens haviam chego e eu não achava justo responder apenas algumas e deixar outros no vácuo. Era melhor que todos ficassem sem resposta.

Mas é claro que recebi reclamações dos meus amigos assim que cheguei. Acenei para eles em uma saudação prática enquanto ia guardar meu material para que tivesse conforto para conversar com eles.

- Você é maluca? Por que não ficou com a mochila que nem todos nós? - Carol perguntou.

- Por que não olhou suas mensagens? - Foi a vez de Gui questionar.

- Porque não quero ficar carregando peso. - Olhei para Carol e então me virei para Guilherme. - E porque não queria responder todo mundo e não era justo selecionar apenas alguns. - Dei de ombros.

- Ah não... - Carol murmurou.

- Julia Capricorniana! - Gui abriu os braços e me deu um abraço de lado, sendo retribuído com alguns tapinhas em seu braço, logo me soltando. - Esperei semanas por você.

- Cansei de ser o rato de laboratório de vocês. - Resmunguei, cruzando o braços. - Mas sobre o que queriam falar comigo que era tão importante que não podia esperar?

Minha pergunta não foi respondida, porque em um momento eu estava enxergando e no outro mãos grandes tapavam meus olhos. Pressionei os lábios e me virei, sem querer adivinhar quem era. Thomás trazia um enorme sorriso nos lábios e selou aos meus brevemente ao que eu o impedi de aprofundar nosso beijo. Demonstrações de afeto em público me deixavam constrangida, mas foi motivo para vê-lo com uma expressão confusa no rosto já que em signos anteriores aquilo não era algo que me importava.

- Bom dia, Ju. Por que não respondeu minhas mensagens? - Foi a vez do cacheado perguntar.

- Vocês todos combinaram de dizer isso. - Apontei para cada um deles.

Lola fez uma posição defensiva como meu irmão, Carol revirou os olhos e Gui ajeitou o cabelo, rindo e sendo acompanhado por meu namorado. O sinal tocou no segundo seguinte e nenhum deles falou sobre o que era o assunto importante que queria tratar. E mesmo que aquilo contrariasse a minha ansiedade, eu não voltei a incomodá-los.





O dia passou rápido e, apesar das exigências de Thomás para que ficássemos juntos, decidi ficar em casa para colocar algumas tarefas em dia. Sabia que não conseguiria caso ele estivesse ali comigo, sendo interrompida diversas vezes por suas dúvidas ou beijos.

Mas de nada adiantou, já que não muito depois de ligar meu notebook, meus amigos foram quem me interromperam em uma chamada de vídeo.

- Oi Julia. - Eles me saudaram.

- Oi pessoal. - Dei um meio sorriso. - Qual o motivo da reunião?

- Queremos saber se vai tentar fazer a inscrição do ENEM agora e ver o site cair com o tanto de acessos ou se vai tentar depois. - Carolina respondeu enquanto parecia digitar algo.

O ENEM! É claro que eu havia me esquecido dele com tanta confusão em minha vida. Trocar de signo toda semana e ainda ser uma adolescente no último ano escolar não era algo que eu recomendava.

- Vou tentar agora. - Decidi, me preparando para fazê-lo.

No ano passado, quando me inscrevi como treineiro, já havia tentado me inscrever no primeiro dia e tudo correra sem muito estresse. Esperava que não fosse diferente naquele ano, mas não podia duvidar da capacidade do Universo de me contrair já que ele andava fazendo isso muito bem ultimamente.

Não Acredito Em SignosOnde histórias criam vida. Descubra agora