- O que está acontecendo? – perguntei, olhando para Renan e Bia, sem entender exatamente o que era tudo aquilo. Renan logo se posicionou ao meu lado e todos que estavam próximos nos olharam e isso me incomodou muito.
- Você vai ser o líder de uma equipe. – falou Renan.
- Um... Ok. Quem vai ser o outro? – perguntei, inocentemente.
- Adivinha só? – Danilo se aproximou com um sorriso presunçoso.
- Ah, claro! Você. – eu disse, sorrindo sem qualquer empolgação. Não demorou muito para que a professora se aproximasse de nós, pedindo que começássemos a escolher nosso time.
Um grande círculo se formou em volta de mim e Danilo. Os alunos cochichavam e pareciam mais ansiosos que de costume. Eles com certeza estavam esperando um massacre daquele jogo. Obviamente, a primeira pessoa que Danilo escolheu para seu time, foi Matheus. Já eu, convoquei Renan e Bia, o que não surpreendeu ninguém. A próxima pessoa que eu chamaria, seria Samanta, como era a vez de Danilo, ele a chamou. Ela não se moveu, mostrou claramente que não havia gostado da ideia, mas não se opôs. Depois disso, os dois times já estavam formados, cada time com cerca de vinte pessoas. O jogo ia começar no intervalo, e Marta, claro, seria a juíza. As regras eram simples. Tínhamos que acertar os jogadores do time oposto e se alguém do outro time não segurasse sua bola, automaticamente estaria fora do jogo. Venceria o time que restasse algum jogador.
Para surpresa de muitos, Marta tinha liberado os alunos das outras turmas para assistirem ao jogo. Então Lucas logo apareceu e ficou dentro da quadra, sem se importar com as broncas da professora que acabou desistindo de convencê-lo a sair do banco de reservas e ir para a arquibancada como todos os outros alunos.
- Cara, tira a camisa. Está cheio de garotas nos olhando! – Renan havia sugerido do meu lado e estava sem camisa. Eu desviei os olhos rapidamente. Por alguma razão, estava constrangido com aquilo. Ele apontava para a arquibancada, onde havia vários grupos de garotas. Metade dos garotos já estavam sem camisa, se exibindo. Me neguei a tirar a minha de início. Havia muita gente olhando e eu estava com vergonha. Quando os últimos caras do meu time tiraram as camisas, as meninas da arquibancada começaram a gritar feito loucas. Pareciam estar num show de Stripers. No banco de reserva, Lucas olhava na minha direção com um sorriso contido. Ele olhava as garotas que gritavam na arquibancada e em seguida fazia um sinal negativo com o dedo, me proibindo de tirar a camisa. Tive que rir disso, claro. Fui distraído quando Bia surgiu do nada e começou a subir minha camisa, praticamente me forçando a tirá-la, até que eu enfim cedi.
Eu não queria provocar Lucas, já que quando o olhei, ele levou suas mãos até o rosto, escondendo-o e me fazendo rir de constrangimento. Quando Lucas tirou as mãos do seu rosto, ele olhou em volta e então, para o meu total desespero, ele levantou e subiu no banco, ficando de pé. Em seguida, fez um sinal com as mãos para Bia, Samanta e Renan que olharam de Lucas para mim. Eu estava em pânico.
- Guilherme, seu gostoso! – gritou Lucas, fazendo sua voz ecoar por todo ginásio. Renan deu uma gargalhada e as garotas (Bia e Samanta) começaram a gritar, o que incentivou todos no ginásio. Todos gritavam e Lucas parecia um moleque travesso, pulando como se estivesse animando uma torcida. E eu? Eu estava com vontade de sair dali correndo.
A professora gritou com todos depois de apitar várias vezes com seu apito irritante, e todos finalmente se calaram, sentando-se em seus lugares, enquanto os dois times se posicionavam na quadra. A bola estava no time de Danilo e a primeira pessoa a arremessá-la, foi Matheus. Ele tinha os braços fortes e era muito ágil. Eu era sua mira e senti a bola passar próximo ao meu rosto, consegui desviar a tempo. Victor, um cara magro que estava no meu time, pegou a bola e a arremessou na direção do outro time. A bola atingiu em cheio a barriga de um integrante da equipe adversária. A torcida vibrou com nossa pontuação.
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Descobertas - O Filho do Amigo do Meu Pai - 01
RomanceDescobrir quem você é de verdade se tornou um desafio para Guilherme, um adolescente de dezesseis anos, em plena puberdade. Filho mais velho de um médico viúvo, Guilherme sempre foi um garoto comum que, na maioria das vezes, passava despercebido pel...