Capítulo 12

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Renato nos levaria às oito da manhã, da quinta-feira, para a casa da praia. A chuva daquele dia estava mais forte do que o dia anterior, mas isso não fez com que Lucas e eu desistíssemos da nossa viajem. Lucas já tinha deixado claro o que ele esperava daqueles próximos dias. Nós dois, sozinhos e com a total liberdade para fazermos o que quisermos. Era o que ele mais queria. Talvez eu também quisesse aquilo, só não tinha certeza.

De Florianópolis até a casa de praia do Renato, era apenas uma hora de carro. Não era longe. O caminho foi tranquilo e o pai de Lucas ficou o tempo todo passando instruções, dizendo o que podíamos e o que não podíamos fazer. Renato era de longe bem mais liberal que meu pai. Ele estava mais preocupado com a casa do que com nós dois.

- Vocês querem mesmo passar esse feriado aqui, com essa chuva? Acho que nem vai fazer sol esses dias. – comentou Renato, quando entramos na praia.

- Melhor do que ficar em casa, sem absolutamente nada para fazer, pai. – disse Lucas. Eu apenas ouvia calado.

- Qualquer coisa, procure por Heitor. Já acertei tudo com ele. Domingo, Augusto ou eu, vem pegar vocês dois. – falou Renato. Eu já começava a ficar mais alerto. Estávamos dentro da praia e não se via absolutamente ninguém, apenas algumas casas a beira mar que pareciam vazias. Mais distante, uma casa com faixada de pedras e grande, chamou minha atenção. Lucas me disse que aquela era a casa do seu pai.

Do lado de fora, alguém já nos esperava. O portão principal da garagem se abriu e nós entramos com o carro. Eu observava tudo atentamente. O lugar era mais bonito do que se pode imaginar. Da garagem, eu já podia ver o jardim imenso que ficava à frente da enorme casa. Estava mais para uma mansão do que para uma casa normal, principalmente pelo fato de que com os portões fechados, jamais acharia que estava numa casa de praia e sim numa fazenda, devido ao enorme jardim e área verde que tinha.

Entramos na casa e tudo estava limpo e arrumado. O pai de Lucas deu uma volta rápida, dando uma olhada para ver como tudo estava. Ele também passou algumas informações para Heitor, o caseiro, mandando que ele nos vigiasse. Heitor morava numa casinha pequena que tinha nos fundos da casa grande. Não parecia morar alguém com ele, não tinha sinal de ninguém por ali. Era um senhor alto, moreno e com o cabelo um pouco grisalho. Devia estar entre os cinquenta e sessenta anos.

Quando Renato foi embora, Lucas e eu subimos para o seu quarto que ficava no segundo piso. Lá, havia dois quartos arrumados. Um, era decorado, especificamente para Lucas, é claro, e outro de hóspedes que devia ser o meu. Larguei minha mochila no chão enquanto fui direto para o banheiro, tomar um banho e depois dormir, estava completamente exausto. Tirei minha roupa no banheiro, e só por precaução, tranquei a porta. Fiquei cerca de vinte minutos no banho e quando saí, estranhei não encontrar minha mochila no lugar que eu a havia deixado. Sai com a roupa suja na mão e uma toalha enrolada na cintura. Fui ao quarto de Lucas. Ele também tinha acabado de tomar banho. Observei o quarto e encontrei minha mochila num canto, perto da cama.

- Por que pegou minha bolsa? – perguntei, pegando ela de volta.

- Não vamos ficar em quartos separados. – disse Lucas. Ele estava usando apenas uma cueca e claro que eu não consegui evitar de analisar seu corpo.

- Está louco? Se o caseiro vir que estamos dormindo no mesmo quarto, o que ele vai pensar? – perguntei, procurando uma cueca.

- Ele nunca sobe quando estamos aqui. Além disso, ele não tem motivos para querer saber onde estamos dormindo. – disse Lucas. Não falei mais nada sobre isso, tentei confiar na sua palavra.

Quando vesti minha roupa e fui deixar minha mochila junto com as coisas do Lucas que estavam dentro do banheiro, em cima da bancada de mármore, notei no bolso de uma das suas mochilas, algo vermelho. Fiquei curioso com aquilo e sem intenção de bisbilhotar, acabei mexendo, até que puxei uma tira de aproximadamente quinze camisinhas. Senti meu rosto queimando, e quando me olhei no espelho, pude ver que estava vermelho. Não contei nada para Lucas, apenas peguei as camisinhas e as escondi dentro da minha mochila. Não planejava dizer nada a ele.

Descobertas - O Filho do Amigo do Meu Pai - 01Onde histórias criam vida. Descubra agora