No dia seguinte, a chuva tinha dado uma trégua, apesar de continuar nublado. Quando acordei, percebi que Lucas dormia feito uma pedra em cima de mim e eu encarei o teto do quarto enquanto tentava despertar por completo. Minha ficha ainda não havia caído. Quando percebi, ainda estávamos pelados em baixo da coberta e entendi que não tinha sido um sonho erótico. Lucas e eu tínhamos realmente feito sexo de verdade, pela primeira vez!
Tentei levantar da cama sem o acordar. Ele se mexeu um pouco quando fiz a primeira tentativa de tirar seu corpo de cima do mim. Quando consegui me livrar do seu peso, andei o mais rápido possível na direção do banheiro e tranquei a porta. Fiquei alguns minutos parado em frente ao espelho e me peguei sorrindo, feito um idiota. Tudo que tinha acontecido entre nós, tinha sido incrível e a partir daquele momento, tinha certeza de que queria repetir aquilo, várias e várias vezes.
Tomei meu banho, escovei os dentes e me vesti no banheiro e, quando saí, Lucas estava na mesma posição, deitado de bruços, com a coberta jogada por cima do seu corpo. Quando saí do quarto, percebi que Heitor não estava na casa. Na cozinha tinha alguns pães, um bolo e outras comidas para Lucas e eu nos fartar. Tomei café da manhã sozinho e aproveitei para relembrar a noite passada. Ainda estava um pouco deslumbrado pelas lembranças, experiência e sensações de tudo o que tinha acontecido. Era como se nada tivesse sido real.
Quando terminei de tomar café, fui para a varanda da casa, onde deitei numa rede que tinha vista para o jardim. Havia uma brisa forte e muito fria, que me fez desejar ter Lucas ali, do meu lado. Esse desejo logo se realizou quando ele apareceu alguns minutos depois. Ao notá-lo ali, desviei os olhos rapidamente.
- Devia ter me acordado! – disse, com o cabelo desgrenhado e o rosto inchado.
- Tentei e você não acordou. –disse, sem olhá-lo. Com total liberdade, Lucas deu a volta na rede e sentou dentro dela. Não soube com agir ou o que dizer, já que estava me sentindo constrangido, mesmo que ele ainda não tenha percebido.
- Já tomou café da manhã? – ele perguntou, bocejando.
- Já. E você? – eu disse. Ele negou com a cabeça.
– Não estou com muita fome. – ele então virou o rosto para me olhar. Desviei meus olhos em direção a piscina. Dessa vez ele percebeu. – O que você tem? – perguntou Lucas.
- Nada. Por quê?
- Está com vergonha porque nós transamos, noite passada? – disse ele, tranquilamente. Odiava quando fazia isso e eu sabia que era de propósito.
- Esquece. – eu disse, revirando os olhos. Ele deu um meio soco no meu ombro.
- Está maluco? Como vou esquecer a noite maravilhosa de ontem? – Lucas falou. – E, além disso, mesmo se quisesse esquecer, isso não seria possível. – a voz dele veio com risadas. Eu franzi a testa.
- O que foi? – perguntei, o olhando.
- Está ardendo um pouco. – Lucas disse, timidamente. Eu o encarei seriamente, me sentindo confuso.
- Do que está falando?
- Guilherme! Sério? – disse ele, rindo e apoiando sua cabeça em meu ombro. Senti meu rosto corar imediatamente ao perceber do que ele estava se referindo.
- Ah... Ok! Me desculpe. – murmurei, envergonhado. Lucas apenas riu.
Nós continuamos na varanda por um longo tempo. Meu pai ligou para saber como estavam indo as coisas e, mais tarde, Heitor disse que fossemos almoçar num restaurante da praia. Não era muito longe da casa, Lucas tinha pedido o carro a Heitor, alegando que eu sabia dirigir, mas foi inútil. Heitor não acreditou e tivemos de ir a pé. Fomos o caminho inteiro rindo. Lucas fez drama, manquejando o tempo todo, alegando que ele estava muito dolorido. Não pude deixar de achar estranho o fato dele falar essas coisas abertamente, apesar de ter levado tudo na esportiva. Mesmo assim, ainda foi um pouco constrangedor.
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Descobertas - O Filho do Amigo do Meu Pai - 01
RomanceDescobrir quem você é de verdade se tornou um desafio para Guilherme, um adolescente de dezesseis anos, em plena puberdade. Filho mais velho de um médico viúvo, Guilherme sempre foi um garoto comum que, na maioria das vezes, passava despercebido pel...