Capítulo 30

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Acordei no dia seguinte me sentindo melhor. Não queria dar preocupações a Doutor Augusto e nem que ele achasse que não apoiaria seu relacionamento com Clarisse. Quando desci para tomar café da manhã, meu pai já havia saído para o trabalho e Gustavo estava comendo na cozinha, sozinho.

- Está sozinho? – perguntei e ele afirmou com a cabeça. – Quem colocou café da manhã pra você? – perguntei.

- Papai. – respondeu Gustavo. Fiquei com ele e tomei meu café também. Quando terminamos, meu irmão foi jogar vídeo game e fui para meu quarto, usar o computador. Não demorou muito para Lucas aparecer. Ele já sabia que o portão da garagem ficava sempre aberto e entrava sorrateiramente, muitas vezes me pegando de surpresa.

- Cadê o meu beijo? – perguntou ele, sentando do meu lado. Eu ri e dei um selinho nele.

- Devia dar um bom dia, primeiro. – falei, bagunçando seu cabelo molhado.

- Seu beijo me interessa mais que um bom dia. – disse Lucas, me fazendo sorrir.

- Ontem conheci meus novos irmãos. – falei, voltando minha atenção para o computador.

- Que irmãos?

- Os filhos de Clarisse. – expliquei.

- Então ela está com seu pai, mesmo? – perguntou Lucas e afirmei com a cabeça.

- Cedo ou tarde essa casa vai estar cheia de gente. – falei. Não me mostrei tão empolgado com a novidade.

- Quantos anos têm seus novos irmãos? – perguntou Lucas, de repente parecendo muito interessado no assunto.

- Não sei. Não os conheço tanto assim. Só dei um "Oi" e pronto. – falei.

- O que achou deles? – perguntou, com os olhos fixos em mim. Ergui minhas sobrancelhas como reação.

- Eles são bonitos fisicamente, mas, não conversei tanto. – falei, tranquilo. Lucas quase se contorceu ao meu lado.

- Preciso me preocupar com isso? – ele quis saber e eu revirei os olhos.

- Por qual motivo precisaria?

- Não sei. Caras bonitões vivendo sobre o mesmo teto que você... não sei não! – Lucas falou, com uma careta que me fez rir.

- Não comece com seu ciúme idiota! – falei, levantando e puxando Lucas para cama junto comigo. O agarrei ali mesmo e comecei a beijá-lo de imediato.

Passamos o dia inteiro juntos. Lucas, Gustavo e eu tomamos banho na piscina e eles jogaram vídeo game no meu quarto durante horas. No final da tarde, quando acompanhei Lucas até a porta, foi o momento em que Doutor Augusto chegou do trabalho. Vi seu olhar preocupado, colocando com o carro na garagem e isso me lembrou a conversa que tivemos no dia anterior. Lucas e eu nos despedimos bem rápido e quando entrei em casa, tinha a intenção de fugir do meu pai. Me sentia um pouco envergonhado ainda, porém, ele me surpreendeu antes que sequer conseguisse chegar na escada.

- Está bravo comigo, Guilherme? – perguntou Doutor Augusto.

- Está tudo bem. – falei, tentando demonstrar confiança para o meu pai, que não pareceu muito convencido, tive que respirar fundo. - Foi apenas um surto, só isso. Não vai mais acontecer. – falei e ele pareceu não acreditar muito, mesmo que tenha se contentado com minha resposta. – Você devia conversar com Gustavo sobre isso. – falei, já subindo para o meu quarto.

-

Os dias passaram mais rápido que o normal. Doutor Augusto teve sua conversa com Gustavo e para surpresa de todos, ele ficou contente com a notícia de que tinha ganhado uma nova mamãe. Isso me deixou aliviado, mas por outro lado, papai não parecia ter gostado muito da ideia de ver Gustavo chamando Clarisse de mamãe. O entendia e compartilhava um pouco do seu sentimento. Papai ainda era apaixonado pela mamãe e ver Gustavo tratando a Clarisse dessa forma devia fazê-lo sentir que estava traindo-a.

Descobertas - O Filho do Amigo do Meu Pai - 01Onde histórias criam vida. Descubra agora