Capítulo 31

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Já era por volta das nove da noite quando saí do meu quarto e desci, pronto para a festa do papai. Eu estava usando calça jeans e uma camisa branca de mangas compridas. Doutor Augusto era um homem muito supersticioso e fazia questão que todos nós, inclusive os convidados, usassem branco para receber o ano novo.

A sala da minha casa se encontrava cheia de convidados. Funcionários do Hospital, amigos e alguns parentes já estavam presentes. Cumprimentei algumas pessoas que conhecia e me esquivei de alguns parentes. Não tinha costume de ter tanta gente na minha casa e não era um grande fã das festas do Doutor Augusto. Por falar nele, encontrei o meu pai na porta da sala, recebendo mais alguns convidados. Podia ouvir o som de música eletrônica vindo do jardim e isso me animou um pouco.

- Correu tudo bem com as compras? – perguntou meu pai.

- Sim. Maria e Clarisse cuidaram de tudo. – respondi.

- Fica de olho no teu irmão, tá? – pediu meu pai e afirmei com a cabeça. Em seguida, fui até o jardim, afim de procurar por Gustavo. Isso não demorou muito a acontecer. Quando saí no jardim, algumas mesas estavam espalhadas, várias luzes e decoração branca. Encontrei meu irmão na mesa de som, ao lado de Pedro. Gustavo estava com fone de ouvido maior que sua cabeça e dançava ao lado do filho mais velho de Clarisse, que também usava o fone e ensinava algumas coreografias para o meu irmão. Malú e Victor também estavam ali, e Victor foi o primeiro a me notar. Ele parecia entediado, bebendo uma cerveja e me encarou abertamente quando me aproximei.

- Achei que o DJ da festa seria você! – eu gritei para Pedro, que riu. Meu irmão sequer me deu atenção. Ele parecia muito mais interessado no que estava fazendo.

- Esse garoto dança melhor que eu! – disse Pedro, me fazendo rir.

- Onde está o seu amigo? – perguntei, olhando em volta e tentando identificar alguém.

- Ele já devia estar aqui! – disse Pedro. Encarei meu irmão, sem querer acabar com sua alegria e me virei para Malú.

- Será que você pode ficar de olho nele? Vou até a casa do vizinho. Prometo que não vou demorar! – pedi, e Malú logo afirmou com a cabeça.

- Fica tranquilo. Não vou tirar os olhos desse gato! – ela disse, cutucando o meu irmão que se virou para ela e ao ver a piscadela de Malú, suas bochechas ficaram muito vermelhas, mas nem mesmo isso o impediu de continuar com sua diversão.

- Ei, se comporte, entendeu? – eu disse quando me aproximei do seu ouvido. Gustavo apenas se limitou a abrir um largo sorriso para mim.

-

Quando saí de casa, foi difícil não perceber as dezenas de carros estacionados pela rua do condomínio. Além dos amigos, funcionários e família, tinha percebido que papai também havia convidado toda a vizinha. Minha casa se destacava das outras, os feixes de luz vindo do jardim denunciavam a festa. Estava prestes a atravessar a rua quando um carro parou bem na minha frente e para a minha alegria, Renan e Samanta saíram dele. Minha melhor amiga usava um minivestido branco, com saltos que a deixaram maior que Renan, que assim como eu, usava jeans e camisa social branca. Não deixei de reparar que ele tinha cortado o seu cabelo, as laterais raspadas e a parte de cima com seus cachos ruivos. Estava muito bonito.

– Até que enfim! – falei, rindo.

- Minha sogra estava me passando várias recomendações para cuidar do filho dela. – disse Samanta, rindo e zombando de Renan, que ficou envergonhado.

- Não começa, se não desisto dessa viagem! – ameaçou Renan. Samanta riu de forma irônica.

- Ai, meu amor, se não quiser ir, não vai. Te garanto que eu vou! – falou ela, olhando para suas unhas vermelhas. Antes que eles pudessem continuar a discussão, o som do carro buzinando chamou minha atenção. Era o carro do irmão de Samanta, no qual eles tinham descido. – Calma seu idiota! – disse minha amiga, louca como sempre. Ela foi até o irmão e pegou a chave do porta malas.

Descobertas - O Filho do Amigo do Meu Pai - 01Onde histórias criam vida. Descubra agora