Capítulo X

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Eu sei que está ficando tudo muito louco nessa estória, mas quão louco tudo isso pode ser? O que vocês fariam se estivessem no lugar da Guilhermina? O que vocês fariam se estivessem no lugar do Jon?

Este Capítulo, eu dedico a @SamantaLeys que é uma das leitoras invisíveis que me deixam chocada quando deixam um comentário, mas não por ser uma coisa atípica, mas por demonstrar com poucas palavras que realmente está acompanhando e que gosta dessa estória. Obrigada por continuar aqui, depois de tantas loucuras ;)

Vamos lá...

Boa leitura.

Quando uma pomba branca começa a se juntar com um corvo, suas penas permanecem brancas, mas seu coração se torna negro.”

(Johann Mengele)



Ao vê- lo parado lá embaixo na calçada, tão distante de mim, das minhas mãos, quase surtei com a possibilidade dele fugir porque isso ia jogar a minha carreira na lama antes mesmo de começar, mas enfim ele veio e de repente parecia que eu tinha entrado no meu pior pesadelo.

Agora eu preciso ser estudante de psicologia 24 horas. Não há outro meio de lidar com alguém como ele sendo apenas uma garota comum.

- Como você pode ver, nosso apartamento não é lá grandes coisas, mas é confortável e essa é sua nova cama. - disse apontando o sofá.

Ele veio na minha direção, as mãos enfiadas dentro dos bolsos do seu jeans agora cheio de fuligens e restos de lixo. Normalmente ele era calado, entretanto, seus olhos sempre deixavam escapar alguma coisa, uma mensagem que fosse, porém não naquele dia. Aquele dourado enigmático já não transmitia nada, era como se estivesse... Vazio. Apenas vazio, e era absolutamente bizarro.

- Eu durmo até no chão se você quiser, doutora. - disse deixando uma distância curta entre nós. - Mas... Será que posso tomar um banho?

Sua proximidade me fez lembrar do nosso beijo em meio ao caos e de que como ele foi tão... Delicado. E das suas palavras, sua promessa de me manter sempre segura. Meu coração acelerou.

Eu não podia deixar que as mentiras dele me afetassem, tudo o que ele havia feito durante o incêndio foi apenas para garantir que eu não mudaria de opinião quanto a ser tutora dele.

É um interesseiro!

- O banheiro fica seguindo nesse corredor. Primeira porta a sua esquerda. - disse e desviei dele.

Bastou a Gina escutar o clique da porta do banheiro sendo trancado que veio correndo na minha direção e eu já sabia que ela ia fazer aquele questionário. Eu só queria um bom banho e uma cama, mas isso era pedir demais quando se tem uma amiga nerd vendo a sua “chance ambulante” andando pelo seu apartamento.

- Você nunca me disse que ele era... - pensou um pouco – Tão lindo assim. - cochichou.

- Gina! - repreendi – Ele é meu paciente e não fico olhando- o desta maneira. - menti.

Ela cruzou os braços e ergueu uma de suas sobrancelhas bem feitas para mim.

- Há- há. - debochou e continuei fingindo que não fazia ideia do que ela estava falando.

- O que é? - perguntei, mas sabia que estava na cara que ela não tinha acreditado em mim. - Ok! Admito que reparei que ele é bonitinho, mas e daí? Isso não muda o fato de que ele é meu paciente e a ética profissional me manda “fingir” que não vi aqueles olhos.

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