Capítulo XII - Parte II

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Gosto da minha solidão, mas você se surpreenderia com o tamanho dela.”

(Schopenhauer)



Nunca antes eu tive necessidade de alguém. Então aquela porra de sensação estava acabando comigo, estava me sufocando, estava me matando. E o pior era que eu estava gostando.

Angelika foi uma “má- drasta” na forma mais literal da palavra, e me ensinou de forma cruel que solidão é precisar de alguém. Eu vivi bem e em paz até encontrar com aquele par de olhos cinza.

Não era por causa do corpo dela, apesar que era um excelente adicional. E nem era porque ela era inteligente e destemida, porque era teimosa, ou por causa do perfume idêntico ao da minha mãe. Na verdade, eu não fazia ideia do por quê, isso não fazia a menor diferença, isso não importava.

Era ela.

Dentro daquele metro quadrado tão apertado e que ela chamava de banheiro, a pele do seu pescoço parecia ainda mais sensual que o comum. Depois de ver todo o cuidado que ela teve comigo, mesmo depois do meu ataque de fúria, me fez admirar ainda mais o ser humano que ela é, e da profissional que está estudando para ser.

Estava perdido, e a segunda coisa que eu mais queria na minha vida sem valor, era continuar perdido naqueles olhos cor de tempestade.

Obrigado. - disse depositando um beijo leve em sua nuca.

Ela gemeu baixinho, talvez tentando não me deixar perceber o que ela estava sentindo. Sorri com os lábios ainda colados em seu pescoço nu.

De nada. - falou, e tão logo ficou de frente comigo mordeu da forma mais sedutora que já vi aquela boca.

Era minha perdição!

Aquele corte que eu arrumei mais cedo, nem se comparava com a dor que eu sentia entre as pernas naquele momento. A vontade de transar com ela ali me consumia, e sugava toda a minha energia. Meu corpo estava quente e tenso, podia sentir todos os meus nervos retesados.

Ainda com os olhos presos no olhar dela, estiquei minha mão para tocar a sua. Apertei seus dedos com alguma intensidade, queria que ela soubesse como eu me sentia, porém jamais arriscaria a minha única oportunidade de voltar para casa e continuar de onde parei, nem mesmo por ela.

- Não me provoque.- disse sentindo a minha própria voz vacilar.

Ela liberou um sorriso devastador e soltou a minha mão. Andou de costas, sem jamais perder o contato visual comigo. Tateou a porta atrás de si e ouvi o som do trinco, meu sangue corria quente e rápido nas minhas veias.

Estava excitado. Queria rasgar as roupas dela e fazer todo o tipo de sacanagem com ela, queria toma- la em meus braços e sentir sua profundidade. Me sentia eufórico, tenso; Mais que isso, eu estava a ponto de explodir.

Se eu já não era louco, ficaria certamente.

Não fazia ideia do que ela pretendia, porém já não fazia a menor diferença. Não quando ela estava andando com pé- ante- pé tão sexy, e incrivelmente instigante. Parou diante de mim exalando uma mistura de jasmín, sândalo e desejo.

- Você está com medo de mim Jon? - pergunto com aquele sorriso matador.

Segurei em sua cintura e ela me olhava de jeito provocante.

Era isso.

Estava me provocando, me atiçando, para no final me deixar que nem um idiota no banheiro sentindo uma dor colossal nas minhas partes baixas. - Ao menos era o que eu estava pensando.

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