Notas: vcs sabem q eu considero mto vcs ne? Pser hehe
Dizem que a neve absorve todo e qualquer tipo de ruído. Era por isso que o alto daquela colina era tão... Morto. Mas será que toda aquela neve seria capaz de absorver os gritos que eu estava constantemente urrando dentro de mim?
Meu pai mal me olhava enquanto fazia seu desjejum. Havia três empregadas petrificadas como estátuas ao lado da mesa, cabisbaixas esperando qualquer ordem vinda de nós dois. Eu sempre tive um certo incômodo em relação a essa "superioridade" . Doía o peito vê-los tão... Contidos e aparentemente inferiores... Usando seus uniformes e eu nunca, nunca os via descansando.
Uma delas, ao que cruzou olhares comigo diversas vezes, observou minhas luvas. Estava muito frio, mas nem ela nem meu pai sentia a necessidade de calçar uma também. As lareiras estavam acesas e eram em várias por toda a mansão, garantindo o aquecimento de todos. Depois de alguns instantes, seu olhar de curiosidade se transformou em estranheza.
"Acha as luvas do meu filho bonitas?" Indagou, usando os talheres para cortar seus morangos.
A empregada pigarreou e começou a remexer os dedos em nervosismo. Larguei minha xícara já esperando o espetáculo que ele iria promover.
"Vamos Srtª Amelie, não se sinta constrangida. Acho que não gostou apenas das suas luvas, não é mesmo?"
"Monsieur... Pardon..." Sua voz era fraca e trêmula.
Eu rezava fielmente, esperando que aquela situação constrangedora passasse logo. Mas claro que ele faria questão de piorar tudo.
"No, no. Diga." Ele a pressionou.
Amelie era apenas uma serviçal. Qualquer que fosse a coisa mais absurda que meu pai , que era o seu chefe, ordenasse, ela teria de fazer.
"Eu... Achei as luvas dele muito bonitas, mosieur." Admitiu e me olhou de relance.
Eu sabia que meu pai estava me fazendo passar por aquilo apenas pelo seu bel-prazer. E também sabia que estava me jogando para cima da empregada para levá-la para cama. Sendo que eu não havia chegado perto de nenhuma menina da minha idade, e não fazia sequer ideia do que era ter um amigo. Mas aquele parecia ser seu maior anseio.
"Você faz alguma ideia da razão de ele sempre estar com elas?" Indagou mais uma vez, com um sorriso mau e divertido nos lábios.
Era algo um pouco complexo de entender. Como um pai pode mal falar o próprio filho? Sentia-me na obrigação de não me conformar.
Estava vermelho como um pimentão maduro, e ela mais constrangida do que eu.
"No, mosieur..."
"Frank tem um problema terrível na pele de suas mãos. Elas são horríveis, não é mesmo?" Olhou para mim.
As outras duas empregadas se entreolharam, com aquele já conhecido olhar de hesitação. Mas claro que não deixariam tão nítido.
"Sim." Murmurei. Era impossível evitar a vergonha.
Eu queria dizer que não era aquilo. Queria dizer que tudo que eu tocava sem as luvas, fazia-me capaz de descrever quem era o dono, ou o que acontecera no local tocado. Mas eu estava limitado a dizer apenas que estava doente.
"Moi bien." Decretou. "Saiam as três."
Assim elas fizeram.
"Amelie é uma boa distração aqui. Aproveite."
"Pai, eu não acho que..."
"Você não acha nada. Por enquanto tem a serviçal, logo terá sua noiva. Vou fazer o possível para encontrar uma moça à nossa altura." Voltou sua atenção para os seus morangos.
Baixei a cabeça e fitei o guardanapo de linho no meu colo. Aquela vontade de chorar me tomando novamente, fazendo meu rosto provavelmente ficar vermelho, amargo e patético.
Afastei a cadeira, e pedi licença. Ele a concedeu e pude sair da sala de jantar.
Subi a escada segurando firme o corrimão, sabendo que sentir raiva não adiantaria nada, e para me aliviar, o choro seria a única válvula de escape eficaz. Meus passos eram lentos e despretensiosos. Desolado, cheguei ao corredor que na verdade era a entrada de um labirinto que dava acesso aos quartos, e notei que estava mais frio que o andar de baixo.
Aquela sensação me tomou de novo, enquanto sentia que lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto. O gosto salgado se intrometia entre meus lábios, enquanto tive a impressão de ouvir os estalos que crostas de gelos fazem quando derretem.
Pude ver o meu próprio hálito, e comecei a ficar assustado. Não havia janelas nos corredores dos quartos, então, isso não seria possível senão uma corrente de ar frio.
O que era então?
O medo me tomou novamente, mas eu queria vencê-lo. Caminhei meio medroso pelo corredor, com os punhos cerrados e uma pressão tão forte na mandíbula que senti meus dentes doerem.
Ouvi um sussuro.
Parecia que cada osso do meu corpo ia ser fragmentado de tanto pânico.
Outro sussurro.
Corri para a direita e quando olhei para trás...
O vulto preto. O mesmo vulto, com a mesma altura e extremidades disformes.
Algo escapou da minha garganta e corri afobado até meu quarto e fechei a porta. Fiquei grudado contra a vidraça da janela tentando recuperar o fôlego, minhas mãos perdidas, procurando desesperadamente algo para agarrar, mas nada apropriado ali havia.
Com um pouco mais de calma, permiti olhar para o lado de fora, achando tudo aquilo surreal.
Se eu fosse falar para o meu pai tudo que estava vendo em menos de três dias naquela casa, com certeza, ele me mandaria para algum hospício e me manteria lá até o fim da minha vida.
Aí sim eu seria uma vergonha para ele.
Eu me sentia mais aliviado do susto, até que...
Plim
Plim
Plim
E a jarra fora jogada no chão. Mas só havia eu no quarto.
Nota[2024]: Hora da história.
Pelo o que eu entendi, em 1897 o Canadá n era de fato Canadá. Era província subordinada da coroa britânica. Parece q existe uma maçaroca de colonizadores lá(tanto franceses quanto britânicos) [mas aparentemente quem chegou primeiro foram os vikings(?) Franceses cof cof]
Tem até uns registros da rainha da grã-bretanha da época dando uma festinha à fantasia em Toronto, mas fiquei com preguiça de ler.
Canadá só foi ser independente lá depois dos anos 30, o que é bem recente. E o país é tipo, bem desenvolvido 🤌. Ah, e tem mais, por causa desses B.O de ser terra colonizada do reino unido, eles foram obrigados a se envolverem na Segunda Guerra Mundial com os Aliados.Se tiver alguma coisa errada sobre esses fatos, me desculpa, tá? Bjo. E beba água.
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Ghost In The Snow || Frerard ||
FanfictionAnteriormente, havia a presença de um fantasma e um jovem. Atualmente, presenciamos a relação entre um professor e seu aluno. No passado, existia um sentimento amoroso que parecia inalcançável. Agora, deparamo-nos com um amor que é considerado proib...