Capítulo 61 - Sonhos

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 Cheryl ficou alguns minutos fazendo carinho no cabelo da namorada, enquanto ela estava chorando sem parar em seus braços. Toni não estava se reconhecendo, ela não era de chorar assim, mas algo dentro dela não aguentou, ainda mais nos braços da Cheryl.

- Meu amor, o que aconteceu? - A ruiva perguntou cautelosa, a abraçando apertado.

- Meu...- Soluçou contra seu peito. - Meu pai.

- Seu pai? - Cheryl já estava vermelha de raiva. - O que aquele babaca fez com você?

- Ele me machucou, amor. - Choramingou e encarou os olhos castanhos. - Eu o odeio.

- Eu vou lá acabar com esse filho da puta. Ninguém faz a minha namorada chorar, ninguém machuca você, Toni!
 
Cheryl saiu do abraço e já estava abrindo a porta com toda a raiva do mundo, mas a morena foi mais rápida e pegou em sua mão.

- Por favor, não faça isso. - Implorou olhando em seus olhos. - Ele vai machucar você, Cheryl. Por favor. - A ruiva ao ouvir Toni desesperada daquele jeito, não teve outra reação a não ser fechar a porta e segurar firme em sua mão.

- Ele não pode agredir você. Isso é injusto, mesmo que ela seja seu pai não tem o direito de te machucar. - Olhou para o braço da morena e entreabriu a boca, sem saber o que dizer de tão roxo que estava. Como ela não viu aquilo antes? A raiva consumiu seu corpo, sentiu o ódio em suas veias. - Toni, desculpa, mas eu vou matar o seu pai.
 
A ruiva abriu a porta e saiu correndo, Toni arregalou os olhos e gritou pelo Clifford enquanto corria atrás da namorada. O homem desceu rápido a escada e viu a porta aberta, passou por ela e viu a morena correndo atrás de sua filha. Ele foi atrás e conseguiu ser mais rápido, segurou a ruiva pela cintura, a levantando um pouco do chão.

- PAI, ME LARGA! - Ela gritava se debatendo. - EU QUERO MATAR ELE! NÃO PODE MAIS MACHUCAR A TONI.

- Cherry...- A morena disse tentando manter a calma, mas a ruiva não queria saber de conversa, continuava tentando sair dos braços do pai. - Cheryl! - Chamou mais uma vez, e nada. - CHERYL, FALA COMIGO AGORA! - Gritou, fazendo ela olhar em seus olhos. - Amor, você não pode e NÃO vai fazer isso. Me escute, tá bem? - Se aproximou mais. - Me prometa que não vai sair daqui quando seu pai soltar. - Ela negou. - Por favor, prometa. E eu quero ouvir da sua boca.

- Eu prometo...- Murmurou cabisbaixa. Clifford soltou ela, a fazendo firmar de novo os pés no chão. Sua vontade era de sair dali e ir atrás do Thomas, mas prometeu, e então ficaria.

- Você disse que ia se controlar mais. - A morena falou decepcionada, mas Cheryl não conseguia a encarar, estava com vergonha.

- Desculpa...- Sussurrou fitando o chão. Clifford observava tudo calado. - Seu pai me irritou.

- Mas não precisa de todo esse estresse. - Toni estava tentando manter a calma. Mas ao mesmo tempo estava irritada por aquilo ter acontecido de novo. - Eu contei pra você o que acontecia se não conseguisse controlar isso, Cheryl! Imagina se fosse com a Jade, essa hora ela já estaria dando queixa de você, e sabe sei lá o que iria acontecer.

- Mas eu não consigo...- Seus olhos começaram a encher de lágrimas, não estava gostando do tom de voz da namorada. - Não fale assim comigo, Toni.

- É que...- A morena passou a mão entre os fios de cabelo. - Cheryl, eu acho que preciso de um tempo.
 
A ruiva ao ouvir aquilo, ergueu a cabeça e finalmente olhou nos olhos de Toni, que já estavam marejados. Clifford saiu de fininho dali, e deixou as duas na calçada, entrando pra dentro de casa, não queria ver no que aquilo ia dar.

- Um tempo? - Cheryl perguntou já chorando. - Porque? Você não me ama?

- Eu amo! - Respondeu rápido, segurando o choro. - E eu amo tanto. 

𝐭𝐫𝐮𝐬𝐭 𝐦𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora