𝐭𝐫𝐮𝐬𝐭 𝐦𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢

Capítulo 84 - Queixo no chão

Toni ficou acalmando Cheryl em seus braços, fazendo carinho em seu cabelo. A ruiva estava tão arrependida, não deveria ter dito aquelas coisas para a namorada, nem sabia o porque de ter acontecido. Chorava baixinho no pescoço da morena, agarrada contra seu corpo, não queria deixar seus braços. Ficaria ali para sempre sendo acolhida, se não fosse Toni batendo na porta, talvez nem estaria mais viva.

- Está melhor, amor? - A morena sussurrou. Cheryl murmurou algo contra seu pescoço, mas ela não ouviu. - Quer voltar a deitar? Não vamos para a aula hoje.

- Não! - Disse rápido, e olhou nos olhos da morena. - A professora de biologia vai passar matéria nova. - Sua voz estava embargada ainda, e seu rosto vermelhinho. - Nós precisamos ir.

- Mas você pode pegar com as meninas a matéria, é melhor não irmos.

- A gente precisa, amor. Matéria nova é algo sério, e eu preciso ir bem nas provas.

- Só não quero que se sinta mal...- Toni suspirou, e Cheryl colocou a mão em sua bochecha, fazendo carinho.

- Você vai estar comigo, e isso já me deixa feliz. Sei que se alguém fizer qualquer coisa, você vai me proteger. - Sorriu de lado, e a morena a beijou. - Me desculpa por ter falado aquelas coisas, não sabe o quanto estou arrependida. - Seus olhos começaram a marejar de novo, e Toni quase entrou em desespero por isso.

- Não, Cherry! - Disse rápido. - Está tudo bem, é sério. Esquece isso. - Beijou seus lábios. - Que tal a gente tomar um banho? Depois vamos para a aula, já está quase na hora.

- Tudo bem...
 
As duas levantaram do chão, Cheryl foi tirando a roupa enquanto a morena foi buscar as toalhas. Ligou o chuveiro, decidiu não usar a banheira, iria demorar para encher. Entrou no box, esperando por sua morena, sentindo a água cair sobre seu corpo.
 
Quando Toni entrou no cômodo, viu sua namorada nua, de costas, com a água caindo em seu corpo. Seu cabelo ruivo molhado, seu corpo...A morena estava quase babando. Cheryl era gostosa demais. Deixou as toalhas em cima da pia e quando foi tirar a roupa, pisou em cima de algo, olhou para o chão e agachou, pegando a pequena navalha nas mãos. Franziu o cenho, analisando o pedaço de metal.

- Amor, entra logo...- A ruiva resmungou embaixo do chuveiro, e quando virou, viu Toni segurando a navalha na mão. Arregalou os olhos.

- Cheryl, você...- Toni disse sem reação. - Ia usar isto? - Mostrou a navalha, e a ruiva não sabia o que fazer.

- Eu...- Pensou em mentir, mas era melhor não. Suspirou, e deixou a verdade falar mais alto: - Sim, mas você chegou na hora. - Desviou seus olhares.

- Nunca mais use isso! - Toni disse firme, jogando o pedaço de metal no lixo. - Estamos entendidas?

- Estamos...- Murmurou, voltando a sentir a água cair pelo seu rosto. Não queria brigar. 
 
A morena sabia que brigar não ia adiantar, talvez jogar a navalha fora ajudasse. Mas sabia, sem dúvidas, que Cheryl tinha outras. Não iria entrar em uma discussão por causa daquilo, não queria deixar sua ruiva mais triste pelo que aconteceu. Apenas terminou de tirar a roupa, e se juntou a sua namorada no chuveiro, abraçando por trás seu corpo molhado.
 
Abraçava Cheryl como se ela fosse fugir dali a qualquer momento, seus olhos estavam fechados com força, tinha tanto medo de perder aquele ser tão precioso. A ruiva também estava de olhos fechados, sentindo a água morna cair sobre o corpo das duas, sentindo o abraço caloroso. Virou seu corpo, abraçando a cintura da namorada, que ainda abraçava forte seu corpo. Suspirou, adentrando os dedos pelas mechas de cabelo molhado de Toni, iniciando um pequeno cafuné ali.

- Eu te amo, Cheryl. - Ouviu contra seu pescoço. Sorriu. Sua namorada era perfeita. - Não me deixe. Nunca.

- Eu te amo, amor. - Beijou o topo de sua cabeça. - Nunca, eu prometo.
 
Seus olhares castanhos se encontraram. Um pequeno sorriso da morena foi cortado pelos lábios de Cheryl selando os seus, dando início ao um beijo cheio de amor. As mãos de Toni seguravam firme a cintura da ruiva, enquanto as mãos macias da namorada emaranhavam seu cabelo molhado. Beijavam em uma sincronia perfeita, seus corpos foram feitos um para o outro, e as duas sabiam disso. Sabiam que foram feitas uma para a outra. Sem dúvida alguma, por parte de ambas, o que sentiam era, e sempre vai ser, amor.
                           
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