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O plano do lobinho branco

 Depois de horas brincando, os dois finalmente resolveram parar. Iani sentia as pernas doerem e o peito ofegante quando se jogou no chão com os braços abertos. Acima da sua cabeça, ela conseguia ver alguns pássaros voando no céu quando um focinho branco farejou seu rosto.

—Eu ganhei, eu ganhei!

O pequeno lobinho parecia não ter usado nem metade das suas forças.

—Tá bom, tá bom, você ganhou ...

—Sou invencível! Um verdadeiro ninja que jamais será pego! 

—Tem certeza disso Aiko?

Sem que esperassem, Aaron apareceu atrás deles,  ele havia trocado as roupas por um conjunto leve e claro, no entanto, seu cenho continuava franzido e um tanto obscuro.

—Irmão, o que faz aqui?

—Vim buscá-lo para terminar suas tarefas.

—Ah...

—Que pelo visto ficaram incompletas no tempo em que eu estive fora.

—Sabe, eu não tive tempo...

—É mesmo? 

—Eu posso explicar...

—Não quero ouvir suas explicações.

—Mas ...

—Vamos, você tem muito o que fazer.

—Iani pode ir comigo?

A jovem olhou surpresa para Aaron que fez o mesmo e, por breves instantes, pareceu hesitar antes de responder com uma voz severa.

—Não.

Com um aperto no peito ela olhou o grande líder lhe dar as costas antes de um lobinho branco a encarar tristonho.

—Podemos brincar depois?

—É claro Aiko.

Um pouco mais animado, o filhote balançou a cauda felpuda seguindo o irmão de volta ao castelo.

....

Depois de um tempo tentando espairecer a mente, ainda mais depois de encontrar novamente com Aaron e seu humor nada amigável nos jardins, Iani passou um tempo nos arredores até se dar por satisfeita e voltando para o quarto, porém, ela não imaginava se deparar com um filhote emburrado em cima da sua cama.

—O que foi?

—Humpf...

—Vamos lá, desembucha, não era para você estar com seu irmão?

Ele apenas ficou em silencio mas logo começou a resmungar.

-Aaron voltou idiota...

—Oi?

—Ele está chato....

A jovem se sentou em uma cadeira ao lado da cama.

—Imagino o que você quer dizer — ela suspirou.

—O que aconteceu Iani? Ele não estava assim antes de ir para a casa do Dave.

—São coisas de adulto Aiko, você não deve esquentar a cabeça com isso.

—Vocês brigaram?

Os olhos azuis pareciam sondar a alma da humana que, sem conseguir resistir, respirou fundo jogando as costas no estofado macio da cadeira.

—Sim.

—Então é por isso que ele está tão rabugento...

—Mas não tem nada haver com você Aiko, nem deve se preocupar com essas coisas.

Lobos na floresta | Livro 1 | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora