Lucas berrou de dor e caiu para frente, deitando-se no chão. Podia ver seu próprio sangue se esparramar nos pisos do banheiro, enquanto formava uma poça vermelha em volta de si.
O estranho que o golpeou, levantou seu corpo e o ajeitou de modo que ficasse sentado, encostado na parede. O ruivo estava fraco demais para se mexer e sentia o ferimento doer mais conforme era movimentado.
Apesar de esforçar-se ao máximo para tentar enxergar o rosto do indivíduo, em meio ao cômodo pouco iluminado, o jovem ainda não conseguia identificá-lo de modo algum. A posição em que estava desfavorecia a possibilidade de vê-lo com clareza.
- Q-Quem...é...você? - Lucas perguntou, apresentando fadiga e medo na voz. - O...que...quer de...mim?
O sujeito não respondeu. Ele permaneceu agachado, sem mexer um músculo sequer, na frente de sua vítima, encarando-o.
Depois, levantou-se e foi em direção à banheira, pegou a boneca no fundo da água e a jogou perto do garoto. Em seguida, apontou o canivete para o brinquedo e após uns segundos, para Lucas.
O ruivo arregalou os olhos. Ele sabia o que ia acontecer...
O indivíduo tirou um pequeno novelo do bolso da calça e começou a enrolar uma linha vermelha ao redor do ferido, de maneira que o deixasse imóvel. Lucas conseguia sentir o quão apertado o fio estava em volta de si, o que deixava sua respiração mais pesada.
Após dar um nó na linha, o estranho tirou um punhado de arroz do mesmo bolso e o enfiou na boca do jovem. Depois, passou fita adesiva em volta de sua cabeça, para impedí-lo de cuspir os grãos.
Os olhos do garoto transmitiam ainda mais agonia do que antes.
Grosseiramente, o indivíduo pegou no braço de Lucas e o fez ficar de pé. O sangramento em suas costas, que havia parado, novamente voltou. A fraqueza em seu corpo tinha aumentado e sua pele estava mais pálida que antes, tal como de um morto.
O estranho obrigou o ruivo a caminhar em direção à banheira, enquanto apontava o canivete para suas costas. Ao chegar na beirada, o jovem notou a cor escura que estava a água naquela hora.
E então, abruptamente, sentiu um forte empurrão.
O líquido vermelho espalhou-se nas paredes e no chão do cômodo.
Ao notar que suas roupas começaram a ficar encharcadas, Lucas, mais uma vez, foi dominado pelo pânico e começou a se debater descontroladamente, dispersando mais a água. A banheira era funda e permitia que seu corpo ficasse totalmente submerso, o que explicava sua atormentação.
Em seguida, sentiu uma mão gélida segurar seu pescoço e apertá-lo com força.
Pôde perceber que estava começando a ficar sem ar.
O desespero tornou-se mais intenso.
Estava muito frio ali.
Nesse exato momento, a lua finalmente resolveu mostrar sua face e alguns raios de luz passaram nas frestas da pequena janela do banheiro.
Sua visão estava um pouco embaçada e turva, mas mesmo assim conseguiu ver quem o feriu.
Um sorriso cadavérico estava estampado no rosto do culpado.
Lucas queria acreditar que aquilo era só um pesadelo.
E foi aí que ele finalmente entendeu o que estava acontecendo...mas já era tarde demais.
Apesar de sentir o líquido vermelho tapar os seus ouvidos, o ruivo conseguiu ouvir duas palavras, ditas numa voz familiarmente rouca:
- Eu ganhei - disse Gabriel.
E então, tudo ficou escuro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não Leia Este Livro!
TerrorQuer dizer que mesmo eu te avisando no título, você ainda tem a ousadia de vir ler a sinopse? Por que ainda está lendo isso? Quer realmente conhecer este livro? Está bem então, pode seguir em frente. Mas depois não diga que eu não avisei.