Terceiro episódio da série "Monstros que me perseguem"
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O silêncio.
Pela primeira vez, a quietude incomodou-me como nunca fez antes.
Por algum motivo estranho, acordei em uma cidade desabitada, coberta por uma névoa espessa.
Durante um tempo, fiquei andando pelo local, em busca de um posto de gasolina. No entanto encontrei apenas prédios, casas e alguns estabelecimentos fechados (todos com aparência desgastada pelo tempo), além de carros abandonados ao longo das ruas.
Eu não fazia ideia de como tinha chegado aqui, e muito menos de como a gasolina tinha acabado sem eu perceber. Meu carro simplesmente já estava estacionado próximo de uma ponte quando eu acordei dentro dele.
Sem muitas opções, decidi caminhar novamente pelo lugar, mas, dessa vez, com o intuito de procurar por ajuda.
E assim, por muito tempo, fiquei andando pela cidade, parando em alguns momentos para adentrar em lojas que estavam abertas e bater na porta das casas que eu encontrava pelo caminho. Contudo não obtive sucesso.
A sensação foi de estar em uma cidade fantasma, deixada à mercê da própria sorte.
Na mesma hora em que pensei em desistir, avistei uma pessoa no meio da rua, ao longe. Por conta da densa neblina, mal podia distingui-la àquela distância, então resolvi chegar mais perto.
- Ei! Você! - chamei, enquanto andava em passos rápidos.
Porém o homem não respondeu, ou melhor, não reagiu de maneira alguma.
- Você me ouviu? - insisti. - Eu preciso de aju-
Antes de tocar seu ombro, o estranho caiu para trás, fazendo-me recuar por conta do susto. Por um instante, acreditei que ele tinha desmaiado ou algo do tipo, portanto aproximei-me para socorrer o desconhecido.
No entanto descobri que ele já estava morto.
Seu corpo estava inteiramente pálido e repleto de cortes profundos e escuros - provavelmente causados por uma faca. Já o rosto estava completamente desfigurado, com um dos olhos faltando e a mandíbula deslocada, por conta de buracos causados por tiros.
O cheiro férrico misturado com um forte odor cadavérico obrigou-me a tapar o nariz com a jaqueta ao mesmo tempo que me afastava do morto. Era possível ver o quanto o sangue havia encharcado as roupas rasgadas da vítima, o que chamou a atenção de muitas moscas que entravam e saíam das feridas.
"Quem pode ter feito isto? O que aconteceu nessa cidade?", questionei-me à medida que seguia em frente.
Após dar mais uma caminhada pelo local, percebi que um enorme edifício encontrava-se do outro lado da calçada. Ele possuía um tom acinzentado nas paredes enquanto as janelas e a porta principal estavam com um branco encardido.
Curioso com o fato do prédio ser o único em estado conservado, comparado com as outras construções, decidi explorar o seu interior.
***
Após passar por uma das janelas que estavam sem vidro, peguei minha velha lanterna, que sempre deixei no carro, e ativei-a, trazendo maior luminosidade para o recinto.
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Não Leia Este Livro!
HorrorQuer dizer que mesmo eu te avisando no título, você ainda tem a ousadia de vir ler a sinopse? Por que ainda está lendo isso? Quer realmente conhecer este livro? Está bem então, pode seguir em frente. Mas depois não diga que eu não avisei.