Minha cabeça latejava e meu corpo todo doía. A sensação era de ter sido atropelada por um caminhão e logo depois esmagada por uma pedra gigante: sentia-me pesada e meus membros não respondiam direito à minha vontade de mexê-los.
Olhei para os meus dois lados, a visão embaçada e retorcida, mas não reconheci o local que eu estava. As paredes eram levemente beges, os móveis apresentavam novitude e o teto possuía alguns resquícios de infiltrações antigas (os únicos obstáculos que impediam o quarto de ter a aparência completamente impecável).
Em seguida me sentei na cama. Em resposta, minhas pernas e costas estalaram, o que gerou um leve aumento em minhas dores. Depois pousei os pés no chão de mármore branco (percebi o quanto este estava frio).
O cômodo tinha uma sacada que estava com suas portas de vidro unidas, quase como se estivessem impedindo que a escuridão do exterior fizesse morada também no interior da casa.
Sentindo minhas energias um pouco mais presentes, levantei-me por fim e averiguei com mais atenção o recinto que eu me encontrava. O silêncio que acompanhava o pequeno lugar estava estranhamente assustador e apesar da lâmpada do teto iluminar fortemente o ambiente, destacando, principalmente, o breu que estava do lado de fora, o sentimento de receio da quietude não se esvaiu.
No instante que fiquei olhando para as vidraças, enquanto me aproximava delas, notei que não era possível ver absolutamente nada da parte externa. Porém o que ocorreu em seguida me fez andar imediatamente para trás.
Bem no meio de um dos vidros, surgiu um barulho agudo e agoniante acompanhado de riscos que se formavam lentamente no material.
"Você não deveria estar aqui"
Tal como se tivessem me negado um instante para absorver o que acabou de acontecer, o som de uma chave sendo encaixada dentro de uma fechadura tirou minha atenção do que eu tinha acabado de presenciar.
Aflita com o que eu poderia encontrar, escondi-me debaixo da cama.
Subitamente a luz se apagou.
Posteriormente, a porta abriu-se até a maçaneta bater na parede, gerando um som alto.
Mas, apesar disso, não ouvi ninguém adentrando no quarto.
Convicta de que eu ainda estava sozinha, comecei a mover minhas pernas para sair debaixo do móvel. Mas em seguida um estrondo fez-me paralisar na hora. O guarda-roupa do cômodo tinha recebido uma forte pancada, o que parecia ter destroçado-o por completo.
Pude sentir meu sangue gelando e o coração quase saltando de minha boca.
Logo depois o mesmo estouro foi criado novamente. Entretanto tinha sido ao meu lado dessa vez...e com algo muito frio quase encostando inteiramente no meu braço direito.
Pensei que fosse meu fim. Jurava que o desconhecido havia me econtrado. Só que eu estava errada: nada ocorreu seguidamente e o silêncio se fez presente pela segunda vez.
Durante longos minutos, esperei pelo próximo passo de quem, ou o que, estava procurando por mim. Porém o indivíduo nada mais fez, o que me obrigou a espreitar cuidadosamente o meu redor ao mesmo tempo que saía vagarosamente da parte inferior da cama.
A lâmpada repentinamente tinha voltado a funcionar.
E por sorte, o que estava lá tinha finalmente saído.
Percebendo que a arma que quase me acertou ainda estava cravada no chão de mármore (tinha feito um buraco de tamanho considerável no móvel), fui até ela e puxei-a com todas as minhas forças. O machado também mostrava sinais de ser novo assim como a maior parte do quarto.
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Não Leia Este Livro!
HorrorQuer dizer que mesmo eu te avisando no título, você ainda tem a ousadia de vir ler a sinopse? Por que ainda está lendo isso? Quer realmente conhecer este livro? Está bem então, pode seguir em frente. Mas depois não diga que eu não avisei.