12."Please, forget me"

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P.O.V. John

     Fechei a porta do quarto em que Sherlock estava, sentia um nó na garganta e um certo temor ao saber que havia alguma coisa em minha cama e que havia sido colocada a mando de Sherlock.

    Eu estava entrando em um círculo de confusões e rixas que já vinham de longos anos, e eu era apenas o novato no meio de tudo. Mas já era tarde demais para voltar atrás, estava me envolvendo cada vez mais no assunto e por mais que me recusasse a me doer pelos problemas de Sherlock e tentasse me afastar, sentia um peso na consciência e uma vontade enorme de ajudá-lo, era como se parte de mim precisasse fazer parte de tudo aquilo.

    Além de sentir uma certa atração ou admiração por Sherlock, o que era ainda mais estranho para mim. Ok, eu poderia ter vivido grande parte da minha vida com meninos, feito várias amizades com pessoas do mesmo sexo, mas nunca a atração e o nervosismo que sentia quando estava perto de Sherlock. Talvez fosse um dos motivos por eu não abandoná-lo.

    Sai da ala hospitalar e segui em direção ao campo onde os alunos estariam na metade do treino quando eu chegasse, então qual seria o sentido de ir até lá?

    Eu já havia pertido o treino e o interesse no esporte, muito mais agora com Sherlock acordado. Segui pelo enorme corredor, mas ao invés de entrar na primeira curva que dava para o lado do campo, segui até o final em direção aos dormitórios.

    Cheguei no quarto que dividia com os meninos, antes de entrar dei mais uma olhada no corredor para ver se ninguém passava naquele momento. Entrei e fechei a porta, ou pelo menos pensei que havia fechado.

      Fui direto para a minha cama, que ficava na parte superior da beliche, subi as pequena escada de madeira, entre a cama de Patrick e a minha, tão rápido que senti uma leve dor no tornozelo, devido a velha torção que nem lembrava mais.

     A dor era o de menos comparando-se com minha euforia em descobrir o que estava sob meu travesseiro. Como um flash, levantei o travesseiro e vi um pedaço de papel dobrado ao meio.

    Abri o papel com as mãos suadas e respiração ofegante, recostei-me na parede e estiquei minhas pernas sobre a beliche. O papel dizia:

     "John, por favor, não se assuste com tudo isso, a última coisa que preciso agora é de mais uma pessoa maluca correndo por aí espalhando que sou um psicopata.

     Vou explicar rapidamente como essa carta chegou até você. Da primeira vez que estava internado, escapei da enfermaria e fui ao quarto, vi que as gavetas estavam remexidas e só podia ser você, não sei porque, mas algo me dizia que se eu precisasse de ajuda você iria me salvar, mas não tinha certeza se iria realmente acontecer.

    Então foi hora de usar um plano mais ousado, estava com medo do que poderia acontecer e pensei várias vezes em desistir, mas Moriarty me encontrou na porta do quarto e me ameaçou novamente, o que aumentou ainda mais minha vontade de seguir em frente, se o plano não desse certo, pelo menos me veria livre de um dos meus piores pesadelos.

    Mas com muita sorte e cuidado, estou tendo o prazer de contar isso para você e devo dizer que Patrick está se mostrando muito gentil, nunca conversei com ninguém, mas ele era o único garoto que conseguia ver um bom coração. 

   Pedi para ele alterar seu horário das aulas, para que você ficasse, digamos, um pouco perdido para achar sua sala e como você é novato, esperava que confundisse a entrada de um dos corredores com a entrada que dá para o Memorial da Harrow School, e assim aconteceu.

    Tomei as pílulas e injetei um coqueteu de drogas em mim, realmente não sabia que o efeito poderia ser tão rápido assim, ainda sou um pouco leigo nesses assuntos.

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