16. "He came back"

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P.O.V. John

E naquele momento o mundo caia sobre mim. Meu pai havia sido tirando de mim pela lei obrigatória que a vida tem com a morte, meu irmão estava a beira da morte e minha mãe estava distante. Agora a única pessoa que começava a me trazer confiança e a companhia que tanto me faltava, estava correndo risco de vida e sendo afastada de mim por minha culpa.

"Mas você só faz merda em. " Era o que meu subconsciente ecoava e ele tinha razão.

Não tinha reação, por mais que eu quisesse fazer um escândalo imenso e falar com Sherlock, meu corpo não se movia e a única coisa vista por meus olhos era a imagem da recepção e os enfermeiros passando de um lado para o outro.

"John?" Patrick me chamava, mas meu corpo não conseguia se virar. "John, você está bem?" Ele me cutucou e com muito custo consegui me virar ainda com a cabeça baixa sem conseguir olhá-lo nos olhos.

"Sim." Disse firme, tentando não demostrar a voz trêmula que ameaçava sair, agora tomando coragem para encara-lo. "Vamos, temos prova amanhã."

Passei por Patrick abruptamente e segui em direção a biblioteca, creio que Patrick ficou surpreso com minha reação repentina e mudança de humor, já que veio desesperado correndo atrás de mim.

"Aonde vai?" Ele perguntou já conseguindo acompanhar meus passos.

"Biblioteca, se quiser vir, fique a vontade." Eu sabia que ele não iria, uma vez que Patrick odiava a biblioteca aos domingos, pois dizia que era muito parada e os livros sem a companhia das pessoas o assustavam. Sim. Patrick tinha uns pensamentos aleatórios.

Realmente a biblioteca era um dos lugares mais vazios da escola aos domingos, apenas os alunos mais intelectuais a frequentavam aos domingos, e era mais do que óbvio que Patrick preferiria passar o resto do dia terminando de ler suas HQs antes de começar a maratona de ajuda aos professores.

"Olha..." Começou ele, já diminuindo os passos. "Não me leve a mal, mas eu gostaria de apreciar a partida de Harry e Anderson." Falou com um certo sorriso.

"Sem problemas." Disse tentando devolver um meio sorriso forçado e sai caminhando até a biblioteca.

Meus pensamentos estavam a mil por hora, durante o caminho até o andar da biblioteca, labirintos de perguntas iam se formando em minha mente.

Por que Moriarty havia sido absolvido? O que aquele menino tinha, sendo que fora ele o cabeça de tudo aquilo? Era óbvio que todas as coisas que ele havia feito eram sempre feitas na maior sutileza e ninguém nunca descobria, uma vez que todos estavam sempre seguindo suas ordens.

Ninguém podia contrariá-lo ou confrontá-lo, sem falar o quanto era bizarro o modo que tratava Sherlock. Mas... Por que Sherlock? O que o garoto fizera para ele? O garoto simplesmente existia. Mas não podia ser só isso, tinha que ter algo a mais. Qual é o sentido de maltratar uma pessoa sem nada em troca ou apenas por prazer?

O pior era pensar em Sherlock, ele estava sozinho naquela sala repleta de enfermeiros, a beira da morte talvez. Por minha culpa? Talvez...

Era bem provável que ele já passara por situações piores e sempre suportou sozinho mas chega uma hora que cansamos e desabamos em nós mesmos, porque temos medo do que os outros vão pensar quando pedimos ajuda, nos refugiando e andando para um abismo mortal.

Sherlock precisava de ajuda e eu o entendia. Mas como? Não havíamos tido uma conversa adequada ou uma interação por mais de três horas, sem falar que eu o abominei nos primeiros cinco minutos que o vi. Mas parecia que eu já o conhecia a anos e mexer em suas coisas apenas fizeram eu me aproximar dele. Eu precisava ver Sherlock, precisava esclarecer certos assuntos.

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