18."My dear Watson"

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     Era meados de Julho, a dada para a formatura estava marcada para o último fim de semana do mês, junto com essa informação uma felícidade inimaginável dominou John, finalmente iria rever sua mãe e quem sabe voltar para Lacok e matar a saudade de sua cidade.

      Faltavam duas semanas para acabar o mês de Julho, haviam ainda algumas provas de alguns professores, mas nada que preocupasse John, uma vez que os ensinamentos de Holmes haviam valido a pena. Os alunos já comentavam sobre os lugares que passariam o verão e as universidades que iriam frequentar quando saíssem da Harrow School.

      As provas para Oxford, Manchester e  Cambridge eram as mais comentadas, alguns alunos como John vinham lutando o ano todo para manterem as notas altas e um bom desempenho para serem aceitos nas universidades mais almejadas da Inglaterra.

      Seu objetivo era se formar em medicína, ter uma carreira e consiliá-la com seu dia a dia, escrevendo pequenos artigos e histórias em seu blog, que vinha crescendo suas visualizações nas últimas semanas.

    Ao contrário de Sherlock, que não pensava em cursar uma faculdade, afirmando que no século XXI todas as informações já estavam a nossa disposição e a faculdade, assim como a escola enchem nossa cabeça com coisas desnecessárias nos desviando do que realmente é importante. Ele queria apenas sair da escola e seguir fazendo seus estudos por conta própria e se aprofundar mais em suas teorias de dedução.

     – Já fez sua missão do dia? – Sherlock adentrou no quarto de repente, de modo tão aleatório, que John deixou algumas folhas caírem no chão enquanto caminhava pelo quarto.

     – Por Deus Sherlock! – John disse pegando os papéis e indo sentar-se na cama. – Que missão? Do que está falando?

     John ainda não havia se acostumado como essas atitudes imprevisíveis de Holmes, com o passar do tempo e a amizade de ambos cresecendo, a intimidade também foi aumentando, criando liberdade para ambos aparecerem ou darem paupites aleatórios e um pouco invasivos na vida um do outro, mas John sempre se assustava com o modo que Sherlock brotava em certos lugares e momentos, mas sabia que sentiria falta daquele ser quando voltasse para Lacok.

     Sherlock se sentou na cama que ficava na frente de John e o encarou por alguns segundos, o menino loiro de rosto arredondado e olhos arregalados atento para os papéis em sua mão, Sherlock adorava analisar as pessoas e observar cada detalhe delas, sempre era para saber por onde andara ou o que estavam fazendo, mas olhar para John era diferente, ele fazia não para deduzir algo, mas porque gostava de admirar o menino, era estranho e não se importava com isso, muitas vezes vira John olhando para ele sem dizer nada, apenas o olhando e ambos ficavam em silêncio, até alguém começar a enrubescer ou demonstrar algum sorriso e virar o rosto para disfarçar.

     – O que ela disse? – Sherlock disse após um tempo, continuava olhando meio bobo para John.

      – Já falei para não fazer isso. – John já havia se acostumado as deduções repentinas do moreno, mas ainda se irritava com essa invação de privacidade. – Você não pode fingir que não deduziu nada? – Agora foi a vez de John encará-lo.

      – Não consigo evitar. – Sorriu Sherlock sem jeito agora com as maçãs do rosto avermelhadas.

      – Ela disse que virá. – John não respondeu muito animado.

       – E não era para você estar feliz? Acho. – Sherlock foi sentar-se ao lado de John, não pretendia fazer aquilo mas algo o puxou para ficar ao seu lado, algo sempre o fazia ficar perto de Hamish

       – Você sabe o que vai acontecer depois da formatura. – O loiro encarou o cacheado, sentiu seu coração diminuir e uma vontade de chorar. – Vou para Lacok e depois "Bem vida, vida adulta.". – falou irônico, fazendo Sherlock sorrir.

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