25. "I love you."

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     Sherlock e John adormeceram em meio a grama, sentindo o vento acariciar seus rostos. Suas mãos estavam entrelaçadas como se fossem dois seres inseparáveis, o sol já havia passado do centro do céu, indicando que já passava das duas da tarde.

    Uma borboleta que pousara no rosto de John o fizera espirrar e levantar abruptamente, despertando Sherlock que já tinha sono leve. 

     - Acho que acabamos dormindo. - John disse meio sem jeito para Sherlock, que olhava de um jeito carinhoso para o menino de cabelos loiros e olhos azuis sentado a sua frente. 

     - John. - Sherlock se levantou e sentou do lado do amigo. 

     - O que foi? Está tudo bem? - John olhava preocupado para ele. O cacheado o olhava apreensivo. 

      - Bem, se o que eu estou sentindo é se sentir bem. - sorriu. - Então estou. 

      - E o que está sentindo? - John disse curioso. 

      - Não sei direito. - Riu - Sinto aconchego, um calor, uma vontade estranha de te abraçar toda vez que estou perto de você. - Olhou sério para John, que apenas o olhava com um meio sorriso. - É estranho o fato de sentir isso apenas quando estou com você, eu me sinto sóbrio e equilibrado ao seu lado e-eu... nunca senti isso por ninguém e é maior do que tudo e eu...

       - Sherlock. - John interrompeu, passou a mão por seu rosto, admirando toda a beleza daquele ser. Sherlock se mostrava mais seguro quando John o tocava. - Eu te amo. - A frase foi dita calmamente próximo ao pescoço de Sherlock e imediatamente John se recompôs ao falar, encarando o moreno. 

       Sherlock apenas o encarava sem entender e John apenas o observava curioso a reação do moreno. Por alguns instantes apenas o som das folhas brincando com o vento poderiam ser ouvidas e a imagem de dois garotos sentados em meio ao burlesco de Walmsgate. 

        - Eu estava enganado. - Sherlock disse ignorando a declaração de John. 

        - Com o que? 

       -  Seu pai. 

       -  Por que meu pai? - John começou a ficar preocupado com o rumo do assunto.

       - Eu disse que não precisava de uma recompensa. - Agora Sherlock encarava John. - E eu estava enganado. Eu precisava e ele me deu uma das maiores que eu poderia ter. - Passou suas mãos nas bochechas do loiro e sorriu. Encostaram suas testas, os cachos do moreno roçavam o rosto de John e com muito esforço e quase sem voz como se estivesse com medo falou. - Acho que te amo também. 

        - Por que? Não tem certeza? - John riu.

        - Nunca senti essas coisas antes, mas se isso é o que você e a sociedade chamam de amor então... -  Sherlock fez uma pausa e aproximou-se dos lábios de John entreabertos. - Eu te amo. - E um beijo terno e caloroso transformaram as palavras em ação. 

       Os garotos voltaram de mãos dadas para a casa, Sherlock não daria a mínima para a opinião de seus pais, caso estes falassem algo, mas por sorte nenhum dos dois se manifestou, apenas os entreolharam e aceitaram a escolha do filho cada um a sua maneira, silenciosa e observadora. 

        A tarde passou voando, almoçaram, terminaram de arrumar algumas coisas pendentes de John. Sherlock lhe mostrou alguns lugares do terreno que a casa ocupava. Tudo isso fora feito em uma repleta harmonia dos dois, em meio a sorrisos e algumas carícias ao longo do trajetos. Tudo era novo, a sensação, a companhia e aquela ligação entre eles ainda mais intensa era ótima. 

       A noite havia caído e junto com ela a escuridão ao redor da casa que deixava John um pouco nervoso. 

       - Pode deitar mais próximo de mim, se quiser. - Sherlock disse envergonhado. - Quero dizer...

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