20."I'm the first"

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    John acabou por adormecer no ombro de Sherlock, que acariciava e apreciava o cabelo e o rosto adormecido do loiro.

   John haiva chorado por longos trinta minutos até ser destruído pelo sono, Sherlock sentiu o corpo de Watson tremer por alguns instantes antes que o sono o dominasse por inteiro.

    Talvez aquele garoto o estava mudando, talvez ele estivesse apaixonado por John. Nunca entrara em um relacionamento e morria de medo de se envolver com alguém. Sempre pensara que os sentimentos deixavam as pessoas fracas e ele tinha a certeza que precisava de todos seus instintos e forças intactos se quisesse uma carreira de detetive renomado no futuro.

  Nunca dera chance a ninguém, uma pelo simples motivo das pessoas sempre se afastarem dele por o acharem estranho, segundamente por parte dele mesmo, que nunca se interessou ou se atraiu por meninas. Exceto por uma, Irene Adler, que nunca chegou a conhecê-la de fato, era apenas uma mulher muito esperta e uma das mais inteligentes que já ouvira falar.

    Lia coisas sobre ela nos jornais quando era pequeno e ouvia notícias de seus grandes feitos na TV, incluindo roubo, assassinatos e truques com a polícia. Todas essas ações o deixavam exitado e seu maior sonho era vê-la, mas infelizmente nos últimos cinco anos nunca mais ouvira falar dela, boatos de que ela havia desaparecido ou se suicidado, pois nem mesmo o FBI a encontrara de novo, mas lógico que tudo aquilo não passava de um amor platônico por Irene.

   Nunca sentiu atrações por meninos, pelo contrário, odiava todos, achava todos os homens da face da Terra idiotas e sempre tentou se manter longe de gente.

    Mas John era mais do que seus ideias, John era a pessoa que quebrara a barreira de seus sentimentos, com John, Shelrock sentia o mundo como ele realmente era.

   John não era igual Irene nem nunca seria, mas era exatamente a bondade, a ingenuidade e ao mesmo tempo a esperteza dele que atraiam Sherlock. Watson era único e Holmes sabia que sentia algo por ele mas não sabia se realmente queria desenvolver o sentimento.

     Sherlock olhava as estrelas, já se passava da uma da manhã, pela primeira vez se sentia importante para alguém, olhava para John, indefeso e deitado em seu colo, mas ao mesmo tempo tão forte e esperto. O menino que o salvara estava se refugiando nele e ele era a coisa mais linda para Sherlock. John Watson, um menino de Lacock, um pouco mais baixo, cabelo loiro, quase escuro, sempre com uma leveza no olhar, rosto arredondado, lábios suaves e um coração incomparável. Ele era lindo.

     – Sherlock. – Mycroft apareceu.

     – Se veio me criticar ou dar lição de moral, caia fora. – Sherlock o encarou, tômando cuidado para não machucar a cabeça de John adormecida em seu colo. 

     Mycroft não disse nada, apenas sentou ao lado do irmão em silêncio. O silêncio era a conversa mais reconfortante que tinham, podiam pensar antes de dizer algo ou o próprio silêncio indicava uma resposta.

      John despertou, meio sem jeito, ao ver Mycroft ao lado de Sherlock.

      – Vim em paz John, não precisa ter vergonha. – Mycroft falou sorrindo. – Não nos conhecemos, mas gostei do que falou lá em cima. E... – Pensou um pouco antes de falar. – Meus pêsames.

       John olhou um tempo para Mycroft, era a primeira vez que conversava diretamente com ele,  tinha apenas uma imagem construída em sua mente, um menino, alguns anos mais velho que Sherlock, mas com um cargo no governo britânico, uma pessoa seria e misteriosa.

      Mas pessoalmente era um garoto/homem como qualquer um, que vestia roupas formais, um pouco acima do peso para sua idade, cabelos curtos bem diferente dos cachos cheios e negros do irmão, rosto vantajoso e aparentava ter um grande caráter. 

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