-A cada sonho, uma nova marca. Eu não era como meu irmão Vicente. Eu era como você -Fitou o Bruxo que olhava sua próprias marcas que adquiria em seus sonhos. - Eu era capaz de sentir calor , frio , peso e leveza suficiente para poder voar nos meus sonhos. Tudo dependia do quanto eu era capaz de separar o meu espiritual do meu mental. Na verdade o segredo era esse. Separar a carne do espírito . Quando não estamos usando da matéria só temos a consciência , se ela estiver leve somos capazes de voar , se estiver pesada podemos afogar e trazer as marcas para o mundo terreno.
-Como sabe que sou assim ? -Perguntou Marco, olhando a mulher com os olhos cheios de lágrimas.
-Eu sei tudo sobre meus escolhidos.
-E por que eu sou um escolhido ?
Os olhos de Maria então ascenderam , como luzes que saem de um vagalume , seu rosto ficou ainda mais fino e ela estendeu as mãos pálidas e frias para Marco que mesmo amendrotado quase inconsciente apertou-as. E novamente Marco estava na casa onde Maria havia sido abandonada. Avistou a menina e o irmão sentados a mesa. Augusta servindo-lhes algo que se parecia com sopa quando ouviram o cavalo parar na porta. Augusta limpou a boca das crianças em seu próprio vestido. -Sorriam para o papai crianças .
-Papá -Avistou a pequena menina ruiva indo em direção ao homem pulando em seu pescoço e abraçando fortemente o pai.
-Vá Vicente. -Augusta forçava o contato do menino.
-Eu senti tanta falta de vocês ...
Marco ficou ali olhando a família se reunir e conversar durante a janta.
-Sua filha me assustou! -Disse a mulher em quanto servia o prato do Marido.
-Eu já te disse que ela não é só minha, ela é nossa filha.
-Ela interferiu em um caso demoníaco que eu estava cuidado. Se usou de passagem para o demônio.
-Isso é verdade Maria ? -O pai olhou a menina .
-Em seguida desmaiou, tive dúvidas a respeito de sua recuperação. -Continuou Augusta .
-Maria, eu te fiz uma pergunta, isso é verdade ?
-Si papá...ela precisava de ajuda.
O homem então deixou a comida de lado naquele instante se levantou e apanhou a criança pelo braço. Levou-a pro lado de fora da casa onde tirou o chicote do cavalo que estava deitado na porta e amarrou na cintura , Marco seguiu-lhes para ver onde iam.
-Papá me desculpe.
-Essa noite você vai buscar alimento para o meu cavalo na mata.
-Mas o sol já está a se por.
-Depois vai buscar água pra ele no posso. -direcionou a menina de frente a uma mata fechada.
-Vai escurecer comigo lá dentro, eu não quero ir papá, não me deixe ir sozinha.
Então o homem tirou o chicote que se encontrava amarrado em sua cintura e deu-lhe no rosto . A menina mirrada, obviamente foi lançada ao chão .
-Quem não teme as forças que não pode ver, não pode temer uma mata cheia de grandes árvores. Nunca poderá lidar com os espíritos se não conseguir lidar com a terra. Quando o sol estiver no meio do céu , venha almoçar com a sua família, e torça para o meu cavalo amanhecer vivo.

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A eleita Rainha do Inferno
SpiritualUm jornalista com propósito de desvendar o mistério por trás de atividades paranormais em uma casa abandonada em Atenas, na Grécia , descobre um mundo paralelo ao dos encarnados e fica de frente com o diabo, ou melhor com a mulher dele, que decidiu...