A eleita Rainha do Inferno

luto

-Todos me chamaram de bruxa..-Dizia a mulher de cabeça baixa em quanto desenhava uma árvore cheia de galhos no chão . -Meu irmão se curou , papa se preocupou primeiro comigo , em seguida percebeu que Maria estava tossindo sangue assim como ele. Ele não ficou do meu lado dessa vez , mas também não me deu as costas. Augusta naquela noite fez um juramento diante do meu pai.
Marco então piscou , e novamente estava na cena. Agora dentro da casa , como se fizesse parte das paredes.
-Esta menina é do diabo, eu sempre disse isso , até quando ? -Tossia - agora sabe que não fui eu....que....ela só nos trouxe desgraça .
Francisco pegou a filha no colo e a levou para o celeiro , antes de passar a porta Augusta disse.
-Antes de morrer , eu mato essa amaldiçoada , e a partir de hoje eu juro que se ela pisar na minha casa , eu mato até você Francisco, o meu amor por você me impede de querer esse ser aqui.
Francisco a olhou com lágrimas nos olhos ,e deixou a casa.
Chegando no celeiro , deitou a filha sobre a estribeiras , e ali caiu de joelhos em pranto ...
-Senhor .... Eu não cumpri o meu papel bem ?
-Você fez tudo que podia -Respondeu a menina.
Francisco então a abraçou e deitou ao seu lado. Pela primeira noite Maria , ou Emily como seu pai gostava de chama-la, dormiu a noite toda .

Marco voltou do devaneio.
-Sem pesadelos ?
-Foi quando o pesadelo saiu dos sonhos e foi pra vida. Naquela noite eu sonhei que entrava em uma mata muito escura , e eu tive medo. O medo do que não vemos é ainda pior do que o medo do que vemos. E naquela mata encontrei papa sorrindo, ele estava tão limpo , sem barba . Seus olhos brilhavam , ele me abraçou e me disse que tinha algo novo a me ensinar. Eu perguntei o que ele fazia ali . Ele apanhou um machado , e varios galhos , e começou a construir uma cabana.
-Ele no sonho te ensinava a construir.
-Era a primeira vez que eu sonhava com ele me ensinando , ele sempre me ensinava coisas quando eu estava acordada. Gosto de me lembrar que no sonho ele disse que tudo devia ser aproveitado , que os buracos do telhado deviam ser tampados , e que o teto deveria ser em forma de concha para armazenar água , me ensinou a tampar de folhas verdes e sempre trocar pra evitar que os animais percebessem que o morador fosse uma presa. Em quanto construimos a cabana ele cantarolava. Papa nunca foi de cantarolar , ele estava diferente , mais magro , mais bonito , mais iluminado . Nos abraçamos e ele me disse. -Meu perdoa Maria, ou Emily , o nome que você sentir que é seu. Eu sempre quis que você fosse feliz , sentia que isso dependia de mim por isso fui duro com você . Mas sua felicidade não depende de mim , depende de você , mas o que eu pude fazer pra te deixar forte pra conseguir tudo eu fiz, filha , tem uma chave na cela do Chama, e uma porta atrás da carruagem , se precisar, saia por lá  . Eu amo você.  -Me lembro que ele foi apenas caminhando até sumir no escuro . Então eu ouvi barulhos . Quando abri meus olhos o sol já entrava por entre as gretas do celeiro , senti o corpo frio do papa , tentei chamá-lo mas ele não ouvia , mandei levantar mas não me obedecia . Ouvia vozes pessoas gritando e a voz de Augusta que dizia -Bruxa!!!!!
-Bruxaa!!!
-Ela está sem os cabelos , foi amaldiçoada pelos Deuses, me trouxe a doença , todos os desenhos cravados no chão é o demônio que usa a mão dela ela deve ser queimada.
-Queimem a bruxa -moradores gritavam .
Eu tentava acordar o papa , mas ele já não estava mais ali , era só um corpo. Eu senti um nó na garganta , e meus olhos marejados embasaram minha visão , mas os limpei e levantei , afastei a carruagem da porta de trás em quanto as pessoas tentavam derrubar as da frente . Então ela subiu em seu cavalo negro.
-Vamos chama , Corra.
  Então abriram a porta , e ainda conseguiram ver seu rosto magro , e deram -lhe uma última olhada , antes do cavalo galopar em direção a enorme mata virgem que cercava toda vila.
-Tem um homem morto !!!!!!
Augusta logo correu -É meu marido!!!!
-Uma Mulher cavalgando ???? -Uma dos moradores gritou - Peguem a bruxa !!!!! - Ordenou o homem.