A eleita Rainha do Inferno

Rainha de que ?

Marco abriu os olhos, em uma cama pequena e azul , olhou para as mãos , estava jovem . Levantou-se lentamente, e estranhou o silêncio . Estava em sua antiga casa . A música no rádio , o canto dos pássaros o levou para sua infância. Olhou pela cortina , algo estava estranho , lá fora , não era como antigamente. A casa estava coberta por matos e seus galhos faziam um barulho repetido na janela , como se pedissem para entrar.
-Filho ? -Ouviu a voz doce de sua mãe , que em seguida entrou no quarto e o pegou colocando na cama . -Meu amor você está bem ? Deve ter tido outro pesadelo. Volte a dormir .
O jornalista então se lembrou o motivo pelo qual se envolveu com a parte de análise da paranormalidade, pesadelos. Os pesadelos o perseguiam desde a infância , sempre sonhava que onde estava estava coberto por galhos , então fechou os olhos em quanto sua mãe cantava até pegar no sono. Mas aos poucos a voz de sua mãe foi se transformando em uma voz envelhecida e a canção foi ficando mais lenta , quando abriu os olhos a imagem medonha da velha deitada ao seu lado te olhando.
-Boa Noite Miguel.
Então seu corpo saiu flutuando a imensidão escura novamente , sentia o vento frio em seu rosto. Sobrevoou uma cidade sem prédios apenas casas baixas até adentrar as nuvens e perder total controle de onde estava , e ser lançado por entre árvores de espinhos. Seu corpo foi deslizando em quando raspavam nos galhos , até cair dentro de uma carruagem e ouvir a conversa entre a bruxa e Miguel.
-Você ficou linda com esse vestido.
A mulher permanecia olhando a janela sem dizer nada.
-Acho que você vai gostar , vamos para um lugar que dizem que tem uma cultura diferente , eles teem até ruas de pedras. - Novamente silêncio como resposta. -Ja pensou em como vai se chamar lá ?
-Bruxa, não é simpático ?
O rei então timidamente tocou suas mãos.
-Vou te levar pra um lugar que poderá ser livre , onde vamos andar nas ruas , onde ninguém te conhece.
-Ainda sim serei uma mulher de cabelos vermelhos , todos saberão da minha marca.
-Pode ser , mas eu vou estar com você .
Então ela apertou as mãos do rapaz simbolizando confiança.
Viajaram por dias e noites , até o homem adormeceu , mas ela não , estava acostumada a manter-se acordada por todo o tempo , então raramente adormecia. Quando chegaram ela pode sentir que o ar era diferente.

Foi a primeira vez que respirei um ar que não era úmido. Eu gosto de cheiros , os cheiros dizem tudo sobre os lugares . Por uma questão de sobrevivência eu aprendi a sentir onde chovia com frequência , onde fica próximo de águas correntes , onde o sol prejudica ou auxilia , onde há muitos passos , onde há menos . Pelo chão sabemos se é seguro estar , ou não . No início era mais difícil , mas logo se tornou um hábito comum tocar o chão . Ao ao me abaixar , e tocar aquele chão de pedra com terras finas entre as pedras pude sentir como as pessoas tinham a vida facilidade e costumavam andar nas ruas . Ninguém me olhou , ninguém percebeu meu cabelo , e eu estranhei os barulhos mas me senti bem de início .
- Vossa Majestade ? -Um homem com roupa da guarda disse se aproximando deles e se curvando. - Lorde Arthur já preparou os aposentos para recebê-lo , só não sabíamos que estava acompanhado , essa é vossa rainha ?
Sem saber o que dizer Maria segurou as mãos do rei que sorriu e disse:
-Essa é, a minha irmã a Princessa....
-Gabrielle -Disse soltando a mão do homem . -Vamos ? - Saiu caminhando a frente dos dois .
Miguel caminhou mais rápido , e passou a mão em seus cabelos , dizendo:
-Lindo nome , não sabia que já tinha escolhido.
-Sim, assim como eu não sabia que éramos irmãos.