A eleita Rainha do Inferno

Noite

-Como ela era cruel com você -Disse o jornalista.
-Ela só cumpria o o papel dela , de me tornar mais forte.
-E nessa viagem...
-Não foi viagem , foi real.
-Sim, mas foi quando você se tornou...
-Não, foi quando eu conheci a noite. A mulher se apresentou como noite. Toma, deve estar com cede. - Tirou de dentro de sua capa uma Cambucá de coco , com água e deu nas mãos do jornalista. Sem saber o motivo, tomou. Fechou os olhos saboreando aquela água da qual nunca havia bebido. Quando abriu avistou Maria criança , despida, colocando os pés nas águas negras de um rio , e de vagar a mesma entrou até afundar o corpo totalmente . Ficou em baixo da água por um tempo , ele chegou a pensar que era impossível uma criança ficar submersa por aquele período. Mas logo avistou seus cabelos ruivos saindo. Não era mais uma criança já era uma menina mulher , totalmente nua . Fechou os olhos em forma de respeito , tentando evitar olhar suas partes íntimas . Mas o jornalista sentiu uma atração , que até então nunca havia sentido por ninguém , sentiu seu coração acelerar , seus lábios ressecados, e suas mãos suavam frias. Sabia que fazia parte de uma visão , mas ele não entendia o que estava sentindo.
-Maria, me leva de volta -Gritou confuso . -Maria , me tira daqui.
Mas de nada adiantava , a menina continuava ali , vestindo a roupa por cima do corpo molhado , e conversando com o cavalo cujo o nome era chama.
- Já vamos pra casa , não precisa me apressar chama.
O cavalo fazia sons e ela o respondia .
-Pápa não chegou ainda  .
Terminou de se vestir e acariciou o cavalo. Em seguida subiu nele , e seguiu galopando até a casa de sua família. Ao entrar em casa , algo estava estranho , vários homens na porta , e cavalos por todos os lados.
- O que aconteceu ? -Perguntou a um dos homens .
-Seu pai Maria...
Antes mesmo que terminasse de responder ela entrou , e o viu deitado em uma cama.
-Pápa -Correu em sua direção e o abraçou .
-Minha menina , onde estava , seus cabelos estão gelados.
-Meu desculpa . Fui nadar a luz da lua.
-Você sempre sendo especial minha filha. -Disse sendo interrompido por uma tosse insistente.
-O que aconteceu ? -Perguntou ao pai que apenas a abraçou . -Pápa , eu posso te ajudar , já curei muitas pessoas.
- O que eu tenho , não tem cura meu amor . -Disse com a voz fraca .
-Mãe eu tenho um dom .
- O senhor nosso Deus te deu o dom da cura , mas você nunca será capaz de curar as pessoas que ama. E eu sinto muita alegria em dizer que sinto que você me ama. Isso te torna incapaz de me curar. - Tosses - Mas eu vou ficar bom , vamos cavalgar , e vamos lutar com uma espada nova -Tosse- que eu trouxe pra você .
A tosse então ficou pior e seu pai limpou a boca com uma toalha branca que ficou coberta por sangue.
-o que é isso ?  Papa , você é a única pessoa que eu tenho.
-Não , você tem Vicente , você tem sua mãe , você tem a Emily olhando por você. Você é a única pessoa no mundo , que tem todos por você.
-Vamos -Disse a madrasta .-Ele precisa de descanso e você já falou de mais .- Com as mãos no ombro direcionou a menina para a porta e sussurrou em seu ouvido.
-De algo de comer aos guardas , e seja muito gentil .
E assim ela saiu para preparar comida aos visitantes .
Marco via aquilo com a mesma dor que ela estava a sentir , e se pegou em um choro , sem saber o motivo.
-Por que estou sentindo isso ? -Perguntou.
E a voz de Maria disse em sua mente quase como um pensamento .
- está prestes a encontrar com sigo mesmo , e isso costuma ser assustador .