Bruxo

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  -Alguém aí ? -Dizia Marco em quanto vasculhava os cantos da casa, que embora fosse antiga, com o chão feito de madeiras já apodrecidas por conta do tempo, as cortinas pareciam que tinham sido lavadas aquela semana de tão limpas. Enormes cortinas vermelhas que balançavam com o vento.

-Isso aqui não passa de Lenda, não existe nada aqui. -Dizia o médium que o acompanhava.

-Apolo, nem parece acreditar, sinta a energia desse lugar...

-A única energia que eu sinto aqui é de poeira, e frio . -Desacreditou

-Tudo bem, se quiser ir embora fique a vontade. Eu permanecerei. -Disse O Bruxo se ajeitando.

Foram três dias de buscas pelo desconhecido, Marco já havia limpado o único movel conservado da casa que era um sofá de couro bem conservado, o qual fez de cama .
  Sua equipe foi diminuindo a cada dia e o último era Apolo, seu melhor amigo, estudante da parapsicologia, e médium que permaneceu cético, acreditando que se tratava apenas de uma casa antiga, cercada por boatos só para valorizar o turismo do local.
Mas Marco teimoso, permaneceu incansável e decidiu ficar, até ter certeza de que nada, ou ninguém habitava aquele lugar.
Procurava provocar os possíveis espíritos com velas, ou palavras místicas que aprendera nos estudos, mas não obteve sucesso, até que no sétimo dia de busca Marco finalmente desistiu, e decidiu voltar com a matéria a respeito das falsas lendas em propósitos financeiros para atrair turistas para as cidades. Apanhou suas coisas, máquina de escrever, alimentos, roupas e cobertores, e se despediu de cada canto da casa com um agradecimento, afinal a casa lhe serviu sem pedir nada em troca . Quando caminhou em direção a porta, sentiu um arrepio subir-lhe a espinha, e ao parar no meio daquela Sala, notou que uma nuvem lentamente ia tapando o sol que adrentava pelas frestas das cortinas que agora já não balançavam mais, um silêncio mais silencioso do que antes mesmo que não houvesse ninguém tomou conta do local, e Marco fechou os olhos e em pensamento disse -Se há alguém aqui, me de licença de estar em sua morada.
-Seja bem vindo -Uma voz feminina respondeu.
Quando se virou avistou uma mulher , da pele palida como algodão bem próxima dele, o que o fez assustar- se.
-Não se assuste, seja bem vindo a nossa casa.
-Desculpa, é que ....-Marco a olhava fixamente, seus olhos tinham a cor do sol, e seus cabelos pareciam fogo, ela não tinha expressão e ao mesmo tempo que o rapaz sentia medo, sentia se amparado por ela. -É que não sei, você é real ?
-Você é? -Devolveu- lhe a pergunta afastando- se caminhando para o centro da sala.
Marco tentou ver seus pés por debaixo daquela capa preta de gorro que vestia, mas não parecia andar, parecia que ela flutuava. Ao chegar ao centro da sala, ela se sentou sobre o chão, e da sua mão esquerda saiu algo branco, o que parecia ser sal grosso, e da direita, saiu um pó preto, onde ela fez meio círculo a sua volta. Acenou para Marco para que viesse se sentar com ela. Mesmo inseguro assim Marco fez.
O mesmo com o pó branco e com o pó preto, ela fez em volta dele, mas em volta dele fez um círculo completo. Sem se quer sair do lugar.

-Isso é algum tipo de magia ? -Perguntou não acreditando no que via, a mulher não tinha nada nas mãos e ainda sim saiam coisas de lá.

Ela então sorriu quase que simpática e das suas mãos saíram fogo que acendeu os círculos e depois água que os apagaram.
A Ruiva o olhou nos olhos depois disso e disse:

-Agora poderemos conversar melhor Bruxo.

 A eleita Rainha do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora