Em terra

324 19 0
                                    

-Em uma de minhas passagens pela terra, a que considero a mais marcante, e foi quando comecei a compreender o seguimento da evolução do por que de estar ali, eu nasci de uma mulher totalmente desconhecida, uma grande bruxa de linhagem pura mística.
-Que seria ?
-Pais bruxos , avós , e toda a árvore genealógica. No plano espiritual eu já tinha tido o ensinamento necessário , porém com a passagem e o encarne foi muito difícil compreender, porque essa mulher me rejeitou, e me deixou em uma noite de um inverno rigoroso na Itália , na porta de uma casa qualquer , esperando que talvez eu morresse, mas papá me achou.
Maria novamente começou a movimentar suas mãos espalhando aqueles pós que Marco não podia dissernir. Ali desenhou então uma casa de três andares, porém estreita, com janelas largas , escada em suas entradas e uma árvore. Marco aos poucos foi fixando-se nos desenhos que agora não precisavam mais das mãos da ruiva para se formar, e Marco já podia sentir o vento frio tocando-lhe a pele , balançando as folhas das árvores, quando viu uma senhora toda coberta por panos entrando em uma casa, que parecia a mesma que Maria desenhou.
-O que eu tô fazendo aqui ? -Dizia Marco com dificuldade de se mover em quanto olhava o céu negro que acendia com relâmpagos que anunciavam a chuva.
-Calma, tudo está bem, você está onde sempre esteve, a sua mente que está caminhando em minhas lembranças. Está vendo aquela mulher entrando na casa ? Ela foi fazer o parto do meu irmão, a mulher de papá estava para dar a Luz. -Ouviu a voz de Maria , quase como se fosse seu próprio pensamento.
-O que está acontecendo comigo meu Deus ? -Marco colocou as mãos na cabeça quando ouviu passos de cavalo , saiu de onde estava e se escondeu atrás da árvore, parecia um homem cavalgando até a porta da casa, com aquela capa preta e chapéu , mas quando desceu do cavalo e tirou a capa, percebeu que se tratava de um rosto feminino, e a mulher trazia enrolado em si, um bebê , o qual ela enrolou na capa e deixou na porta da casa.
-Marco , está vendo aquela criança ?
-É só um bebê , ela não pode fazer isso!!! VOLTE AQUI MULHER -Gritou, saiu de trás da árvore e caminhou indo em direção a criança .
-Marco !!!
Marco ouvia a voz te chamar mas também ouvia os berros da criança ,  precisava tirar aquela criança dali, a chuva que estava pra vir a mataria. Mesmo ouvindo a voz de Maria te chamando mais vezes ele a ignorou, e quando chegou aos pés da escada que dava para a porta da casa a porta se abriu e um um homem com aparecia de uns quarenta e poucos anos saiu, olhando por todos os lados e caindo de joelhos ao avistar o bebê. Marco parou onde estava, percebeu que o homem não podia o ver.
-Senhor !!!!! Senhor, estou falando com você.
O homem então apanhou a criança com agilidade e a levou pra dentro, batendo a porta atrás de si.
Quando a porta bateu o jornalista abriu os olhos e puxou o ar fundo, como se tivesse ficado todo aquele tempo sem respirar . Seus olhos ficaram presos nos da mulher e ele não era capaz de entender o que havia acontecido.
-Eu vi a criança , o cavalo, o homem, eu senti, eu juro que senti o vento tocar meu rosto eu ouvi , eu ouvi o vento tocar as folhas eu não posso estar louco. -Dizia em quanto coçava os olhos.
-O bebê era eu Marco, o homem era o papá. Eu não ia morrer.
-Por que fizeram isso com você ? Por que te abandonam assim ?
-Eu precisava reencontrar uma pessoa, e só assim eu poderia.
-Aquela mulher não poderia ter te abandonado, não daquele jeito.
-Ela foi só um instrumento para que eu pudesse seguir com a minha vida. E ainda sim, falhei.

 A eleita Rainha do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora