Marco passou a mão no rosto e percebeu que sua barba estava maior do que de costume. Se questionou sobre o tempo, se questionou sobre a mulher. Questionou sua sanidade mental e também intelectual.
-Sinto fome -Mentiu, na esperança de escapar dali. Em quanto refletia sobre a crueldade feita com o cavalo e também com a criança , afinal ela era apenas uma criança.
De dentro da capa, Maria retirou uma maçã. Marco não entendia quantas coisas cabiam dentro daquela capa. Mas Maria antes mesmo que ele perguntasse respondeu:
-Existem muitas coisas a mais do que somos capazes de medir. -E lançou a maçã na esperança de que ele a segurasse. Mas ele deixou a maçã cair , e ficou olhando ela rolar no chão até bater em seu sapato. Pensou antes de apanha-la com as mãos e limpa-la na camiseta. Então fechou os olhos e deu uma mordida. E quando abriu já não estava mais na casa, estava vestido de soldado, sentado em baixo de uma macieira, com a mesma maçã em mãos. Franziu o senho e tentava reconhecer onde estava, viu uma igreja de pedras , e algumas casas e comércios a sua volta. O chão era cheio de pombos comendo os restos das frutas que os comerciantes deixavam cair , o rapaz então se levantou e decidiu explorar mais o lugar. Dessa vez era diferente, estava com roupas a caráter da época. Seguiu andando , vendo alguns senhores de cara fechada em suas carroças e moças de família com seus vestidos longos , que passavam e davam- lhe um sorriso como se ele realmente estivesse ali. Na verdade estando acordado ou em transe de fato estava não é mesmo ?
Continuou caminhando ouvindo todos os barulhos do lugar , pessoas conversando uma língua a qual ele não entendia , parecia literalmente grego. Ao longe ao lado da igreja avistou algumas crianças , aparência de nove ou dez anos. Meninas e meninos . Ele não entendia, mas quando ele estava nesse estado sentia necessidades de ir , de ver , coisas que talvez jamais se quer notaria.
Aproximou -se das crianças. Uma delas , estava com um galho de árvore nas mãos , desenhando no chão , em quanto todas as outras a olhavam atentamente e repetiam o movimento com os dedos no chão de terra batida. As marcas ali ficavam e ele não conseguia entender o que elas falavam, decidiu se aproximar ainda mais , e continuava sem entender a língua. Quando um homem apareceu , e as crianças se espantaram indo cada uma para um lado diferente do outro. Então Marco notou que a menininha que parecia ensinar algo as outras crianças era a única ruiva do grupo. Tratava-se de Maria.
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A eleita Rainha do Inferno
SpiritualUm jornalista com propósito de desvendar o mistério por trás de atividades paranormais em uma casa abandonada em Atenas, na Grécia , descobre um mundo paralelo ao dos encarnados e fica de frente com o diabo, ou melhor com a mulher dele, que decidiu...