A eleita Rainha do Inferno

Caos

-NOITE....NOITE....VENHA ATÉ MIM! - Gritava Maria andando em círculos dentro da floresta em quanto amarrava a égua em uma das árvores.
-NOITE!!!! EU PRECISO DE VOCÊ - Permaneceu gritando até ouvir o som de passos nos galhos. Rapidamente escondeu tratando-se que a Noite era espírito e raramente emitia som nas folhas secas. Tratava-se de um lobo. Maria havia despertado sua fúria, fazendo com que o animal a atacasse. Geralmente ela era capaz de dominar os animais com a mente, mas dessa vez algo estava diferente, o bicho saltou sobre ela com suas garras afiadas a lançando com as costas contra o chão. Ela pode sentir o bafo quente do animal, olhando suas pretas bem de perto. Aquele não era nenhum dos lobos que costumavam passar por ali era um novo. Então ela o chutou com a perna direita o lançando para o lado mas o mesmo retornou antes mesmo que ela levantasse dando-lhe uma mordida no braço direito o qual ela usava para afasta-lo de seu corpo. Sem pensar muito arrancou o punhal que tinha com sigo e atacou o bicho que uivou antes de cair no chão.
Maria levantou e estancou o sangue que escorria por seu braço, deu as costas pro animal quando novamente ouviu um barulho de folhas que voltou sua atenção para ele. E o extraordinário aconteceu, ali estava, nua, de cabelos negros, uma mulher ferida. A Bruxa até pensou em deixá-la pra traz, mas sua curiosidade de saber o motivo do ataque foi maior, então prostrou diante do corpo feminino que ali estava.
- Quem é você ?
A mulher ainda de olhos fechados começou a levantar.
-Diga, quem é você, ou você não vai sobreviver pra contar.
- Sou Cintra - Respondeu em voz baixa. - Fui enviada por...
-Enviada por quem ?
- Teméres, vim para de buscar.
Maria olhou a moça enfraquecida, e deu uma risada debochada.
- Pois diga a esse seja lá quem for, que você falhou.
- Eu não posso voltar sem você, ou eu perco minha cabeça ...
-Não acredito que ela seja tão útil assim, mas é uma pena, tem lindos cabelos. -Disse seguindo a estrada.
- Eu conheço a noite, e sei que você aprisionou uma alma inocente para atingir o rei, e sei que foi condenada a imortalidade por isso. Sei também que a noite não volta mais, porque você acabou com qualquer energia de comunicação dela.
Maria parou onde estava, então Cintra continuou.
-Venha comigo até Teméres, ele sabe como te ajudar naquilo que você quer, você vai poder ser livre.
- Eu não sou mais capaz de acreditar em ninguém, e pouco me importa se a noite decidiu lhe contar tudo isso, ela decidiu por conta própria me deixar, então vocês que vão fazer uma roda de chama ou de qualquer coisa que acreditem que façam vocês melhores mas sem me puxar pra isso, não vou, mas diga ao seu Teméres que eu fiquei agradecida com o convite.
-Não tem o que agradecer, você é a escolhida dele, e não vai conseguir dizer não por muito tempo.
- Me deixe em paz !
Foram as palavras que disse antes de saltar em um rio e desparecer nas águas despistando Cintra.