Capítulo seis: recuperação

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Karol senta-se em um banco na frente e fica observando o ônibus se afastar do amigo. Na hora bate um aperto, todo o momento mágico que sempre sonhou acabou, uma semana passou voando, mas continua sorrindo, pois, além de ajudar Lucas a sair daquele momento de "recaída" e também por ter visto ele depois de muitos anos, ter passado alguns dias com ele foi uma coisa incrível para ela (nem tanto para Gabriel). Gabriel está visivelmente triste, conhecera uma "paixão" e não pode ficar mais tempo com ela, como Karol disse ele sempre se apaixona facilmente e acaba tendo seu coração partido, a vantagem é que não são paixões verdadeiras e a dor passa tão rápido quanto começa.

Lucas sai da rodoviária e vai para casa de sua tia de novo, faz o trajeto a pé, vai chutando algumas pedrinhas que encontra pelo caminho.

Karol tira um livro da mochila do irmão, um livro que comprara exatamente para ler durante sua viagem, e lá se foi ela "viajando" pelas palavras, ama ficar lendo no ônibus. Até que sente um impacto e de repente tudo fica literalmente de cabeça para baixo. Não deu tempo de nada, absolutamente nada. O veículo que Karol se encontrava havia capotado e caído em um rio. As margens dele para ser mais exato.

Lucas chega e vai pegar um copo de café para beber, arruma seu café como de costume, duas colheres bem cheias de açúcar e uma xicara bem cheia, caminha até a sala para olhar um filme e ao passar os canais vê a seguinte notícia:

"Ônibus capota perto de Capão da Canoa, estava indo em direção a Porto Alegre".

Na mesma hora ele derruba o café no chão, o café se espalha pela sala da mesma forma que as lagrimas se espalhavam por seu rosto. Era o mesmo ônibus branco que sua amiga entrou mais cedo, aquele pesadelo parecia nunca ter fim para Lucas, havia acabado de superar um acidente, agora outro...

"As vítimas desse acidente retornaram para a cidade de Capão da Canoa e serão encaminhadas imediatamente para o hospital".

Lucas corre no mesmo momento o mais rápido possível para o hospital o mesmo no qual correu no dia da tragédia de seus pais. Chega lá muito ofegante e quase sem forças para correr mais meio metro se quer, entra rapidamente passando dentre uma fila de pessoas e indo direto a recepção. A mulher que está atendendo os pacientes simplesmente o olha a sai para atender ao telefone, sem dar a mínima importância para a pressa que o garoto sentia. Ele cruza os braços diante de um balcão, ainda ofegante, e fica esperando com os olhos muito arregalados, pelo mais difícil que fosse precisava manter a calma.

A mulher da recepção volta, ele fala o que precisa:

- Estou procurando Karoline Souza. Ela está bem? Ainda está aqui? - Pergunta ele querendo muito saber o que se passa com a amiga naquele momento, estava tão angustiado para a resposta.

- Sim, ela está no quarto e está bem nada de muito grave aconteceu, somente alguns ferimentos leves e o irmão dela também está ótimo. Os dois irão ter que ficar até amanhã em observação. - Informa a moça aliviando as angustias de Lucas. - Ah! E conseguimos recuperar algumas malas, bolsas, mochilas... de alguns que estavam aborto do veículo estão ali perto da entrada se quiser pode procurar as coisas dos seus amigos, vai ser meio difícil eles saírem daqui carregando malas.

- Okay, depois passo ali pode me acompanhar até o quarto que ela se encontra?

- Tudo bem, por aqui.

Ela sai de trás do grande balcão de madeira em que se encontrava e segue por um corredor cheio de portas. A cada passo está mais perto de Karol e acredite uma dúzia de passos parecia que estava dando uma volta no Grand Canyon. Chegando na entrada do quarto olha através de uma fresta na porta, o lugar quase vazio, com paredes branquinhas como a neve, uma cama com lençóis esverdeados, um relógio em frente a cama e uma mesinha ao lado da cama, sem contar os aparelhos também ao lado da cama.

Como pássaros livres (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora