Capítulo dez: aceitação

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Karol se joga na cama, com muita saudade daquele colchão macio e o cheiro de flores no lençol lilás, a cama estava exatamente da mesma forma que havia deixado quando saiu para procurar o amigo, Lucas observa cada parede do quarto de sua amiga, cada detalhe, fica surpreso ao ver uma parede cheia de pôsteres de bandas e séries televisivas, não achava que a amiga gostava desse tipo de coisa. Ela olha para ele sorrindo com o canto da boca e exclama:

– Nada como o lar, fica à vontade. Também é sua casa temporariamente. – Dá uma volta como se estivesse apresentado o quarto. – E se tudo der certo é minha casa temporariamente também.

– Bom não tenho um lar a um bom tempo, casa dá minha tia não era exatamente um lar. Aguardando ansiosamente por ter meu quarto em Florianópolis, pintar as paredes, colocar quadros, prateleiras para meus livros... aí aí! Não vejo a hora, tudo do meu jeitinho novamente, da mesma forma que sempre sonhei. – Fica imaginando como seria seu quarto com um sorriso bobo no rosto.

– Sabes que vai ter que dividir quarto com o Vinicius né? – Tira uma camiseta da mala e começa a dobra-la enquanto conversa olhando fixamente para Lucas, gostava de prestar a atenção em seus traços quando fala.

– Que? – Olha franzindo a testa e erguendo a sua sobrancelha direita. – Eu não vou dividir quarto com ele! – Afirma Lucas firme na decisão tomada, estava com um certo medo de o poder de manipulação de Karoline o convencesse a aceitar.

– Por quê? Ele não tem como se sustentar, não tem grana e aposto que ele não tem nada para ocupar as suas tão sonhadas prateleiras, nem quadros para pendurar em sua amada parede e muito menos preferência por cor para pintar o quarto. – Explica levando a camiseta até o armário e guardando lá.

– Eu não ligo. Ele que se vire. Ninguém mandou ele ficar gastando tudo que tinha em bebidas e cigarros, agora ele que arque com as consequências. – O menino cruza os braços com uma expressão de seriedade que brotara rapidamente em seu rosto.

– Lucas... – Começa a falar até que é interrompida por pelo amigo.

– Não tem essa de "Lucas..." tá? Você que sustente seu namorado e a prima dele. – A irritação toda conta de Lucas, estava prestes a surtar com aquilo, não aguentava mais tudo o que estava acontecendo. – Era nossa faculdade, nosso apartamento, nossas viagens era para ser tudo meu e seu e nada do Vinicius e da Isabella, nós planejamos isso por anos, esse era nosso sonho Karoline. – Finaliza suas palavras com um tom de voz baixo.

– Vocês são amigos Lucas, para com isso. Se eu não te conhecesse acharia que está com ciúmes. Mas tu és orgulhoso de mais para admitir isso. – Um breve e fraco sorriso se instala no rosto da menina.

Assim que guarda algumas camisas que não quer levar consigo para Florianópolis começa a reorganizar as roupas que precisa para a viagem. Lucas suspira profundamente e ajuda Karol a acrescentar seus pertences na mala, Karol tinha medo de estar arrumando sua mala inteira atoa, ficaria um pouco brava se isso acontecesse, mas a esperança de tudo ocorrer bem é maior do que o medo de tudo ser um desastre.

– E aí, já se resolveu com o Gabi? – Pergunta Karol ao lembrar vagamente que vira o irmão conversado com Lucas, que antes era seu inimigo.

Lucas chacoalha a cabeça que sim como resposta olhando para baixo, dobrando uma calça em tons acinzentados da amiga. Ela vai ao banheiro escovar os dentes, pega sua escova e antes de escovar seus dentes pega os óculos da gaveta que continha na bancada do armarinho do banheiro. Pões os óculos e sai, após arrumar seu cabelo e escovar os seus dentes brancos como uma folha de papel. Seu cabelo cacheado e volumoso estava solto e caindo pelo seu ombro.

Como pássaros livres (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora