Lucas fica em choque com o ocorrido, pois não sabe se vai se perdoar após deixar o seu amor verdadeiro escapar entre seus dedos.
Tira as mãos devagar do corrimão de alumio gelado. Parecia que seu corpo não iria mais ser esquentado. Vai em direção ao apartamento deles, porém ao ficar de cara com a porta e com a mão na maçaneta recua e decide não entrar ainda, precisa do conselho e dá ajuda de alguém. Só que não tinha ninguém além da Karol que ele quisesse conversar e que realmente pudesse contar, estava sozinho o bastante e não conhecera ninguém novo ainda.
Vira de costas e se apoia na porta torcendo para que ninguém abrisse a mesma, se não acabaria caindo e sua dor deixaria de ser só psicológica e se tornaria física. Olha para sua frente e se lembra que sua vizinha é uma conhecida, não muito próxima e provavelmente não ajudaria ele tem consciência disso, contudo ele tenta dá alguns longos passos até ficar a um palmo de distância da porta branca da conhecida: Isa. Decidiu confiar em outra pessoa e entregar seus sentimentos.
Ele cerra o punho esquerdo e com a mão direita bate na porta. Toc toc. A porta se abre e o rosto de Isa aparece em uma fresta, ela estava só de roupão, com a cara pálida e olheiras profundas, diferente da aparência de costume.
– O Que que você quer? – Isabella tosse pondo a mão em frente a boca.
– Tem um tempo para conversar agora? – Diz Lucas sorrindo sem jeito, realmente não queria estar pedindo um favor, mas precisava, era uma necessidade.
– Claro. – Fala abrindo a porta. – Senta aí. – Tosse mais uma vez, cobre a boca com uma mão e com a outra aponta para o sofá.
Lucas entra pé ante pé até chegar na sala e se sentar no sofá aconchegante marrom, o mesmo que havia no prédio dele. Ele se admira, pois, a casa estava muito bem organizada e limpa a sua frente tinha uma pinha de revistas que provavelmente já estavam ali quanto alugaram o apartamento. Ele se sente mal por terem deixado ela sozinha lá pelo simples fato de ela fumar. O apartamento dela nem fede a fumaça ou algo do tipo, talvez até tenha parado, discrimina-la foi errado, sentia o peso em sua consciência, mas logo passa ao lembrar da razão pela qual está ali.
Ela se senta de frente para Lucas em outro sofá cruzando as pernas e pondo uma almofada sobre seu colo. Isabella não parecia mais a mesma nem sua aparência era a mesma, seus cabelos ruivos como uma chama ardente agora parecem sem vida alguma, as mechas caem sobre seu ombro batendo em na altura de seus peitos, como se toda a vida que existia nela estivesse se esvaindo.
– O que precisa? – Questiona forçando um sorriso no canto da boca, com seus lábios finos.
– Você está bem? – Pergunta preocupado, algo estava diferente, agora não restavam dúvidas sobre isso, queria poder ajudar.
– Lucas vá direto ao ponto não finja se importar comigo. – O modo em que ela fala é como se quisesse terminar aquilo de uma vez para ficar sozinha.
– Eu só queria aju... – É interrompido antes mesmo de terminar o que queria falar.
– Fala logo. – Tosse quatro vezes consecutivas depois de impedi-lo de finalizar o que estava falando.
– Então... – Ele olha para o chão. – Eu sempre gostei da Karol. Sempre foi a pessoa que eu queria que estivesse ao meu lado, mas tipo não ao meu lado como simplesmente uma amiga sabe... claro que antes eu não via assim, achava que era a mais pura amizade.
– E qual a novidade isso qualquer um percebe a quilômetros de distância, Lucas. – Sorri enquanto uma de suas sobrancelhas se erguem.
– Mas eu nunca falei. Tinha medo de ela não sentir o mesmo por mim ou até mesmo parar de falar comigo, então guardei somente para mim.
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Como pássaros livres (Concluído)
RomanceTodos nós temos sonhos, objetivos, paixões a conquistar, corremos atrás de tudo aquilo que queremos desde que seja uma viagem, uma faculdade ou até mesmo uma pessoa amada, nos dedicamos 100% a isso algumas vezes, fazemos escolhas erradas, demoramos...