Capítulo cinco: escolhas

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Ficam lá sentados no sofá, Lucas ao lado de Karol e Gabriel em frente aos dois. Lucas fica olhando para Karol sem parar, não crendo de que ela estava ali, parecia estar em um sonho e a qualquer minuto iria ser acordado pelo barulho do aspirador de pó da tia, a garota tímida olha para o chão sorrindo, põe uma mexa do cabelo que estava agora solto atrás de sua orelha, ficam assim por uns quatro minutos até que Gabriel se manifesta quebrando o silêncio do local sendo um pouco inconveniente.

- A gente viajou tanto para vocês ficarem quietos aí se olhando apaixonadamente? Fala sério né?! - Fala o menino revoltado cruzando os braços.

- Ah, não enche Gabi! Vamos sair Lucas? - Propõe ela levantando-se e indo até a porta como se já conhecesse a cidade, pelo mais que nunca tivesse entrado na casa da tia de Lucas já se sentia à vontade.

- Claro!

- Gabi, vai procurar algum hotel para ficarmos enquanto isso, depois eu te ajudo a levar as malas daqui. - Pede para o irmão querendo ficar um pouco sozinha com Lucas, está muito feliz por finalmente ver o amigo.

Gabriel revira os olhos, suspira fundo e sai pela porta passando por eles e esbarando em Lucas propositalmente, não queria que a irmã saísse sozinha com Lucas, mas sabia que não havia nada que fizesse a garota mudar de ideia.

- O que ele tem contra mim? - Questiona Lucas.

- Ciúmes, ele é super protetor, na verdade é exageradamente e desnecessariamente protetor.

- Tanto faz. Vamos até a praça, lugar calmo e não muito movimentado. - Lucas sabia que esse era o tipo de lugar que a amiga gostava de frequentar, não gosta de tumultos ou multidões.

- Okay.

Caminham na calçada sem dizer nada um ao outro. Fica aquele silencio constrangedor, ninguém sabe o que falar. Lucas estava com insegurança de puxar assunto e ela o falar algo sobre ele ter parado de a chamar. Na cabeça de Lucas milhões de questionamentos se passam todos sobre o motivo de ela estar ali enquanto Karol tenta arquitetar um modo de falar com Lucas sobre tudo que precisa. Procura um momento para falar sobre seus problemas e ouvir as palavras que o amigo tem a dizer, mas entende que não é o momento. Algumas vezes guardamos o que nos machuca para cuidar da dor do outro, isso é a maior prova de que você se importa com ele, mas nem sempre devemos fazer isso, a compreensão deve vir dos dois lados e devem servir um como apoio do outro igualmente. Um sentimento de medo tomou conta de Karol.

Chegam na praça e se deitam na grama verde como esmeralda. Se viram um para o outro e começam a conversar. Lucas ainda desconfortável com a situação.

- Por quê? - Pergunta Karol ao tomar coragem, indaga as palavras rapidamente.

- Por quê? Como assim?

- Por que parou de falar comigo?

- Queria um momento sozinho, sem ninguém, ninguém podia me ajudar, até ver você no meu portão eu nem saia de casa, eu não iria abrir a porta se não fosse o simples motivo de você tocar a campainha tantas vezes, eu não teria me saído do quarto.

- Ainda bem que sou insistente. - Brinca sorridente. - Eu deveria te dar uma bronca sabia? Nunca mais faz isso comigo, eu fiquei extremamente preocupada Lucas. - Seu sorriso some em questão de segundos, agora olhar séria para o amigo.

- Quando tem que voltar para sua casa? - Questiona tentando não manter o assunto.

- Daqui uma semana. Mas isso não importa. Como está a farmácia?

Como pássaros livres (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora