Trinta e dois: Henry

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Carrie carregava uma expressão apreensiva no rosto e esfregava as mãos, sentada ao meu lado ela observava as nuvens através da janela redonda do jato. Adam ressonava tranquilamente em meu colo enquanto eu deslizava a mão pelos cabelos escuros do meu filho.

Meu filho, isso soava tão diferente. Eu tinha que me acostumar com essa vida nova, mas com certeza não seria nada difícil. Eu não sabia o que ia fazer a partir de agora, mas seja como for, e Adam e Carrie estiverem comigo eu estaria feliz. Havia encontrado mais dois motivos para viver e estava mais feliz do que nunca.

Estávamos viajando com destino à Argélia, segundo Kevin, Helena morava em uma fazenda completamente isolada e eu esperava, de verdade, que ele estivesse com razão pois a ansiedade de Carrie já estava me deixando nervoso.

— Você está bem? - indaguei pegando uma de suas mãos

— Sim - respirou fundo - só estou um pouco nervosa

— Ei, vai dar tudo certo - alcancei sua bochecha e depositei um carinho ali

— Acha que ela vai estar lá mesmo? - perguntou apreensiva e eu afaguei seus cabelos

— Eu confio em Kevin de olhos fechados, Care, se ele falou que ela está lá, então é verdade

— Tudo bem

Fiquei mais alguns minutos admirando à morena ao meu lado até apagar caindo no sono.

Acordei algum tempo depois com Adam me cutucando e percebi que o jato já havia pousado, procurei por Carrie e a encontrei andando de um lado para o outro nervosa em frente à porta da saída. Levantei com meu pequeno clone e andei até ela que estava tão absorta em seus pensamentos que não notou minha presença.

— Care? - chamei por sua atenção ela me olhou com os olhos arregalados - Tudo bem?

— Estou nervosa - balançou as mãos e começou a roer uma unha

— Não está feliz?

— Estou! - exclamou rapidamente - É só que... Não sei, não consigo explicar

— Entendo - falei procurando ser compreensivo - quando você estiver pronta para ir nós iremos

Ela apenas concordou com a cabeça e eu voltei a sentar. Carrie realmente estava bastante ansiosa e eu não lhe tirava a razão, reencontrar a mãe depois de tantos anos sem se verem e sem saber que ela estava viva era realmente impactante.

— Pai? - a voz suave de Adam interrompeu meus pensamentos

— Ei, garotão - respondi mirando o olhar naquela imensidão azul

— Para onde vamos?

— Nós vamos ver a sua avó

— Mas e depois? Vamos para a sua casa?

— Bom, se sua mãe concordar então sim - respondi e ele ficou pensativo por alguns segundos

— E você mora aonde?

— Eu morava em Londres, mas agora minha única casa é um apartamento em Paris

— Oba! - comemorou brevemente antes de Carrie apareceu ao nosso lado

— Acho que estou pronta

— Tem certeza?

— Absoluta - confirmou

Saímos jato indo em direção ao carro que ia nos levar até o destino principal. Carrie esfregava as mãos a todo instante enquanto Adam ainda estava em meu colo. Acho que por passar tanto tempo sem uma figura paterna ele se apegou muito rápido à mim e agora não quer me largar mais, e eu não reclamo, essa companhia não podia ser mais perfeita.

Assim que chegamos no local eu observei que era bem calmo, era afastado de qualquer tipo de civilização. Carrie hesitou em abrir a porta por alguns segundos mas assim que soltou um suspiro pesado escancarou a mesma e saiu rapidamente, e eu fui atrás.

Uma mulher cuidava de um jardim muito grande em frente à casa e logo de cara reconheci que era Helena, ao notar nossa presença ela levantou a cabeça e tampou o sol com a mão numa intenção de nos enxergar melhor, reconhecendo quem era ela levantou bruscamente chocada.

Carrie começou a andar em sua direção enquanto eu permanecia parado há alguns metros apenas assistindo a cena. Em segundos Helena imitou Carrie e caminhou até ela rapidamente, as duas se encontraram em um abraço apertado e de longe consegui ver seus corpos remexendo continuamente, estavam chorando.

— Não acredito que é você mesmo - a mais velha disse passando as mãos pelo rosto da mais nova - estou sonhando?

— Não está, sou eu mãe, acredite

— Ah, querida, senti tanto a sua falta! - voltou à abraçar com a voz embargada de emoção mas logo se soltaram quando Carrie começou a falar

— Mãe, tem alguém que quero te apresentar - se virou para mim e fez um sinal para que eu me aproximasse - O Henry você já conhece - acenei com a mão livre sorrindo e Helena ria abertamente - e esse pequeno aqui - bagunçou os cabelos de Adam - é o nosso filho, Adam

Coloquei-o no chão enquanto Helena nos olhava abismada intercalando os olhares entre mim, Carrie e Adam. Ela ficou na mesma por alguns segundos mas logo tratou de se abaixar ficando na mesma altura que Adam e admirou seu rosto brevemente.

— Oi, Adam, meu nome é Helena - pronunciou ainda sem saber direito o que fazer

Num movimento inesperado por ela, Adam abraçou-a

— Eu sei quem você é, vovó

E como num piscar de olhos Helena o apertou em seus braços e começou a chorar copiosamente.

Durante a tarde nós atualizamos todos os acontecimentos, desde o fato do incêndio e todos os 12 anos que cada um de nós passamos separados. E durante o dia inteiro eu vi a felicidade e satisfação estampadas no rosto de Carrie, e eu faria o possível e o impossível para ver essa expressão em seu rosto por todos os dias que iriam vir.

Sem revisão

Em primeiro lugar mil desculpas gente mas realmente parece que ontem foi tirado só para acontecer merda o dia todo comigo.

Enfim, finalmente Helena apareceu novamente e infelizmente não foi na Grécia, né? 😹😹😹

Não se esqueçam da estrelinha 🌟❣️

Últimos capítulos do livro! E para quem ainda não sabe quando WWWY for finalizado eu vou começar a postar outra obra, então não percam a oportunidade de adicionar New York 1935 em sua biblioteca agora mesmo! ❣️

Até o próximo! ❣️

XOXO.

When We Were YoungOnde histórias criam vida. Descubra agora