Sete: Henry's so Close

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Terça-feira, 27 de novembro de 1984


— Tem certeza que isso vai dar certo? Quero dizer, você não prefere ir ao baile? É tipo, o seu baile de formatura! É ridículo você deixar de ir só para sair comigo e ficar no meio do mato, ainda da tempo de desistir

— Quanta sutileza, Carrie! Eu já disse várias vezes que não quero ir ao baile, para ser exato essa é a vigésima vez que falo isso, vou ter que falar mais quantas até entrar na sua cabeça dura? – bagunço seus cabelos

— Então nesse caso cala a boca e anda, você é muito mole – tão doce quanto um tapa na cara! 

Carrie e eu estávamos na maravilhosa missão de subir uma montanha, uma montanha?  Sim! uma montanha, hoje era a noite do baile mas não queria perder meu tempo indo ate la sendo que eu podia levar ela para um lugar onde podíamos ver toda a cidade e as estrelas, muito melhor, certo?

— Eu não sei o que você quer subindo tanto mas espero que valha a pena, meus pés estão me matando! – já tinha perdido a conta de quantas vezes ela fez alguma reclamação

— Paciência! Já estamos chegando – bufou – só mais alguns quilômetros

— QUILÔMETROS? VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO COMIGO, DONOVAN – ela gritou indignada

— E brincadeira sua estressadinha – avistei o lugar que já era familiar para mim – Chegamos

— Finalmente! – comemorou levantando os bracos – O que esse lugar tem de tão especial? Estamos no meio do mato – revirou os olhos

— Não estamos no meio do mato – ela me olhou arqueando uma das sobrancelhas – Ta bom, mais ou menos, mas o melhor ainda está por vir, fecha os olhos

— O que? Não, vai que uma cobra sai desse arbusto e me pica, eu vou morrer – falou apontando para um pequeno monte de folhas verdes e eu reviro os olhos, dramática

— Não confia em mim? – chantagem é sempre o caminho mais fácil

— Tudo bem – suspirou derrotada

Levei minhas mãos até seu rosto tampando seus olhos e ela começou andar, estávamos numa parte bem alta e tínhamos a visão da cidade inteira sob nós. Carrie andou até encostar numa espécie de cerca de proteção que permanecia ali para evitar quem alguém despenque lá embaixo.

— Pode abrir agora – disse abaixando as mãos

— Nossa... – um sorriso se formou em seu rosto assim que ela abriu os olhos – é lindo, Henry

— Sim, é lindo – olhei para a cidade abaixo de nós, o sol já havia sumido dando lugar a lua e as estrelas, podíamos ver as luzes iluminando a cidade – eu disse que valeria a pena

— Eu até ficaria aqui admirando a vista a noite inteira mas estou morrendo de fome – suspirou – o que você trouxe? – falou indo até sua mochila e tirando uma toalha de piquenique listrada e estendendo-a no chão.

  —  

Carrie e eu estávamos deitados, ela estava sobre o meu braço e eu acariciava seus cabelos, a noite estava numa temperatura bem agradável e o céu sustentava milhares de estrelas brilhantes.

— Henry, já pensou sobre a vida? – sua voz estava serena

— Você já me perguntou isso – disse lembrando vagamente do dia em que assistimos o pôr do sol no pier da cidade

— Mas isso foi há dois anos – franziu a testa

— Dois anos? O tempo está realmente passando muito rápido

— Então, ainda quer virar o Sherlock Holmes?

— Na verdade se chama advogado, e sim eu ainda quero, mas acho que vai ser meio impossível – suspirei derrotado 

— Por que? – ela virou de lado e apoiou a cabeça em seu braço – pensei que tinha sido aceito na faculdade, você disse que recebeu uma carta – juntou as sobrancelhas

— Eu fui, mas a faculdade é no Reino Unido, Care – há 1 semana recebi uma carta de Cambridge dizendo que tinha conseguido uma bolsa, mas Reino Unido estava totalmente fora de cogitação – não posso ir 

— E por que não pode?

— Porque você está aqui, minha vida está aqui, eu não posso simplesmente deixar tudo e ir embora

— Está querendo dizer que vai desistir de ir para a faculdade por minha causa? – ela perguntou aparentemente indignada – Você pode até desistir de ir ao baile por minha causa, mas a faculdade não é um baile, é Cambridge – bufou – droga, Henry, é Cambidge! Você está a um passo de realizar seu sonho e vai jogar tudo para o alto para ficar comigo?

— Cambridge não é o meu sonho, Carrie – levei minha mão até seu rosto e acariciei levemente – você é o meu sonho

— Henry me escuta – espalmou sua mão por cima da minha – não vou deixar que desista de tudo por mim, mas seja lá a decisão que tomar, eu vou estar com você, sempre.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu, Care, eu te amo

— Eu amo você, Henry

Ela me puxou fazendo com que ficasse por cima dela, a beijei e ela correspondeu aprofundando cada vez mais o beijo. E ali nos meus braços, sob a luz da lua, Carrie foi minha pela primeira vez selamos nossa paixão e as estrelas foram testemunhas do nosso amor.

...

O capítulo de hoje foi curtinho mas uma reviravolta nos aguarda. Não se esqueçam de votar e de comentar o que estão achando. Até a próxima!

XOXO 

When We Were YoungOnde histórias criam vida. Descubra agora