When We Were Young

Dois: Henry's in love

Terça-feira, 1 de junho de 1982

Acordo com uma serie de batidas na porta, levanto da cama meio zonzo e quase dou de cara no chão, olho o relógio e vejo que são 7 horas da manhã, quem em sã consciência veio bater na porta da minha casa essa hora?

Abro a porta e vejo a figura na minha varanda com um sorriso enorme na boca e uma mochila nas costas, mas assim que me vê seu sorriso desaparece.

— Nossa, você esta péssimo! O que andou fazendo? Passou a noite bebendo? Cheirou 5 quilos de cocaína? Fumou 10 maços de cigarro?

— Oi pra você também Carrie e não, eu só não consigo me livrar dessa gripe – ela revira os olhos  – o que veio fazer na minha casa sete horas da manhã? Não devia estar na escola?

— Mas você ta parecendo a minha mãe hein – reclamou

Ela entrou na minha casa sem minha permissão indo em direção ao meu quarto, fechei a porta atrás de mim e a segui. Assim que entrei no quarto ela sentou na poltrona ao lado da minha cama enquanto eu voltava a me acomodar debaixo das cobertas.

— A escola é uma merda sem você lá sabia? É tudo tão chato, eu até tentei enturmar com a Jennie mas ela é um pé no saco, só sabe falar que beijou fulano ontem e vai beijar ciclano hoje

— Bom, pelo menos alguém está beijando né

— Nem me fale isso, depois que eu sai com o James eu tomei trauma de praticar esse ato – soltei uma gargalhada, o James é uma cara que a Care achava lindo e quando finalmente conseguiu beijar ele, ela fez questão de especificar pra mim que "ele parecia uma maquina de lavar, achei que ia morrer asfixiada porque ele não me largava de jeito nenhum"

— Ah nem é assim Care, você só precisa achar a pessoa certa

— Não me vem com esse papo de pessoa certa Henry, você só fala isso porque conseguiu beijar a garota dos seus sonhos e foi tudo perfeito do jeito que você sempre imaginou

— Ah, a Brittany não é a garota dos meus sonhos, Care, ela é só mais uma que eu acho uma pessoa muito bonita–eu provoquei porque sabia o quanto ela odiava que eu me referisse as garotas como "só mais uma"

— Sabe, você devia parar com uma namoradinha sua ao invés de ficar beijando todas as bocas que vê na frente se referindo a elas como "a garota dos seus sonhos" – fez aspas com os dedos–e depois ficar falando que foi "só mais uma"– ela falou irritada – mas falando nisso, se não era ela, quem é a garota do seus sonhos então?

— Care, acredite só tem uma boca que eu vejo na frente que eu quero beijar – me sentei na cama e dei um meio sorriso esperando que ela entendesse a minha indireta mas fracassei já que ela fez cara de desentendida, então continuei – mas, respondendo a sua pergunta, a garota dos meus sonhos sempre esteve na minha frente e só ela que não quer perceber isso – ela franziu as sobrancelhas - falando nisso, ela ainda está na minha frente fazendo cara de desentendida –arqueou as sobrancelhas numa expressão de surpresa e eu não esperei mais nada para me inclinar na sua direção e beijar seus lábios, aprofundamos o beijo por alguns segundos antes de nos separar. Nos afastamos e eu resolvi quebrar aquele clima – então, continua traumatizada por causa do James? – dei um meio sorriso

— Não, mas acho que você estava certo sobre encontrar a pessoa certa – ela sorriu timidamente

— Estava? – ela não respondeu nada, apenas concordou com a cabeça e abaixou a mesma logo em seguida – Care?

— Oi, Henry – levantou a cabeça imediatamente

— Eu amo você – sorri tímido

Ela deu uma pequena risada – Você também é meu melhor amigo, Henry

E ficamos ali a tarde toda conversando, uma das melhores coisas com a Care era isso, a gente podia fazer qualquer coisa mas a nossa amizade permanecia a mesma sempre.

Eu não me importava de ela não dizer que me amava, não queria pressiona-la, mas eu sabia que bem la no fundo, ela me amava tanto quanto eu amava ela.

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