When We Were Young

Vinte e um: Henry

O dia tinha começado nublado em Rock Bay, estava sentado na poltrona em frente a janela e como sempre, bebericando meu whisky.

Suspirei

Não iria virar um maldito alcoólico, só era um apreciador da bebida. Era meu segundo copo apenas. Não havia conseguido pregar os olhos um minuto sequer de noite, pensando todo o tempo.

— Bebendo tão cedo? - o voz aveludada de Carrie chegou aos meus ouvidos

Ela se apoiou na mesa e cruzou os braços. Sua cara estava meio amassada mas ela continuava a mulher mais linda desse mundo. Ainda usava o roupão da noite passada e eu tentei não me animar ao lembrar que ela não usava nada debaixo do mesmo.

Concentração, Henry.

— Cedo só se for para você - desviei os olhos para a janela - não dormi até agora

— O que? - questionou surpresa - Você está doido? Por que não dormiu?

— Não consegui

— Isso eu já sei, Henry - bufou - quero saber o motivo

— Fiquei pensando em algumas coisas - tomei mais do líquido

— Posso saber o que? - indagou arqueando uma das sobrancelhas

A olhei receoso, pensando se devia ou não incluir Carrie no meu plano. Não queria meter ela em minha merdas, mas seria sacanagem esconder dela já que ela sabia das dívidas de minha mãe é estava comigo quando eu fiquei sozinho.

— Vem cá - depositei o copo na mesa e a puxei para o meu colo

Carrie sentou com uma perna de cada lado do meu corpo me olhando como se pudesse me devorar com os olhos, e eu iludido achei que ela iria atacar meus lábios e esquecer do assunto, porém não foi bem assim.

— O que foi? - perguntou passando a pequena mão pela minha barba numa carícia delicada

— Acreditaria em mim se eu dissesse que quero incriminar uns assassinos?

— Está falando de alguém que estava no jantar ontem? - franziu as sobrancelhas

— Sim - dei um longo suspiro

— Dalton ou Josh?

Carrie sabia das coisas

— Ainda não sei responder isso - bufei - mas acredita mesmo em mim? - indaguei ainda em dúvida

— Se eu duvido? - riu seca - Eu coloco a minha mão no fogo por isso, ironicamente

— O que quer dizer com isso? - franzi o cenho

— Eu não sei, Henry, mesmo tendo passado doze anos daquele incêndio que matou os meus pais, eu ainda acho que tem alguma coisa errada nessa história - suspirou - eu nunca engoli que esse incêndio começou com uma vela

— Está dizendo que acha que tem o dedo de algum dos dois nessa história?

Isso é maior do que eu pensava.

— Isso se não tiver o dedo dos dois juntos! - revirou os olhos - Josh sempre invejou o cargo do meu pai de vice-prefeito mas não é como se eu tivesse provas que ele faria uma coisa nessa dimensão

— Não duvido de nada, sinceramente - passei a mão pela barba refletindo - Seria ótimo se conseguíssemos provas disso, mas não tenho uma noção de como começar, talvez se eu pressionasse alguém que sabe de alguma forma - bufei nervoso - não sei

— Sabe... - parou pensativa por um tempo - Não, não é nada - negou com a cabeça cabisbaixa

— O que?