Dezoito: Carrie

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Depois do meu mini filme de romance com Henry no dia anterior eu me sentia mais leve e sem um peso gigantesco nas costas, de certa forma eu até podia dizer que minha vida estava para melhorar, mas eu não queria criar expectativas pois todas as vezes que esse pensamento passou pela minha cabeça o destino me dava um belo tapa na cara e eu caía com tudo no chão.

Quando Henry foi embora Adam não parava de me olhar com uma cara de "Eu sei que ele é meu pai mas não vou comentar nada até você admitir para mim" e sinceramente não é novidade para mim já que desde novo eu sempre deixei claro para ele a situação com seu pai. Eu nunca tive problemas com meu filho chegar em casa e perguntar por que seus amigos tinham pai e ele não, já que desde pequeno ele sabia da história de trás para frente. Adam sempre foi muito esperto e maduro para sua idade, até demais.

Hoje era sábado e eu estava tentando dormir já que passei a noite inteira rolando pela cama pensando que hoje seria o tão importantíssimo jantar de comemoração do mandato do desgraçado do Dalton e eu não tinha sequer um vestido formal no guarda-roupas, aliás eu não tinha roupa nem para esse jantar e muito menos para os outros dois eventos desses riquinhos esnobes.

Maldita hora que fui aceitar o convite de Henry! Eu deveria simplesmente não ir e se ele quiser tirar satisfações comigo eu finjo demência? Talvez, é uma opção. Não é como se eu fosse aparecer la de calça jeans e blusa, eu seria esculachada. Podia até não ter dinheiro para colocar comida na mesa direito mas se tinha uma coisa que eu não perdi com o tempo foi o senso de moda, e calça jeans com blusa com certeza absolutíssima não é uma opção.

Eu até estava tentando dormir para arejar a cabeça e as ideias brotarem do chão, porém a maldita campainha não parava de tocar, que insuportável estava no meu portão a essa hora?

Maldição!

Levanto andando em passos pesados tentando extravasar a raiva de "cair da cama" nessa hora, porém sem sucesso. Olhei-me no pequeno espelho do banheiro e quase caí para trás com a minha aparência, lavei o rosto e amarrei meu cabelo, não estava linda de morrer mas também não iria arrumar para atender a porta de manhã.

Abri o portão e me deparei com um homem de estatura média, cabelos castanhos claros, olhos da mesma cor e dentro de um terno perfeitamente alinhado, com certeza de uma marca caríssima. Ele segurava varias sacolas e tinha uma mala bem grande ao seu lado. Por acaso ele acha que aqui é uma pensão?

— Bom dia - pronunciei e ele desviou seu olhar de suas unhas até mim

— Bom dia, flor - uma voz com um toque afeminado saiu de sua boca e por um momento achei que ele estava usando gloss labial - Seu lindíssimo namorado me mandou

Namorado?

Ok, tem uma coisa suspeita aqui

— E você é? - indaguei com o cenho franzido

— Kevin August L'eclair ao seu dispor - estendeu a mão e eu hesitei em apertar - mas pode me chamar de sua salvação

Estendi a mão e apertei a sua, bem macia, até mais que a minha e eu julguei que ele passasse hidratante de hora em hora. Acabei de conhecer mas já amei Kevin August L'eclair.

— Você não deve estar entendendo nada, mas o que precisa saber é que Henry me mandou para te ajudar hoje - ele prosseguiu

— Você quer dizer o jantar?

— Sim, sim! - bateu palminhas - Agora vamos que não quero correr o risco de você se atrasar, querida - passou pelo portão e entrou como se ja se sentisse em casa.

When We Were YoungOnde histórias criam vida. Descubra agora