18ª Capítulo.

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Eu ainda corria pela floresta,de noite aquele lugar era ainda mais assustador,mesmo assim não ia desistir de fugir. Por fim encontro aquela estrada de terra por onde Héctor e eu viemos,minhas pernas não aguentavam mais correr,tudo que me resta fazer agora é andar...se tiver sorte esse caminho me levará de volta.

Por um momento eu me sentia estranho,olhava de forma vazia para o chão sem expressar nenhuma preocupação se por ali tinha criaturas. Lembro de quando ainda estava no mundo real,eu sempre pedia para o dia seguinte ser bom mesmo sabendo que isso não ia acontecer.

...sou apenas um garoto de 15 anos,um futuro para planejar,uma carreira para me dedicar...talvez seja mais fácil comprar uma escadaria para o paraíso.

E meu corpo perde o controle e passa a andar sozinho pela estrada de terra,assim também como meu outro corpo...aquele em estado de coma. E finalmente um peso cai sobre mim assim como todo mal que já presenciei nesse mundo.

Minhas pernas vão perdendo o controle...

Vejo uma luz branca,duas na verdade,elas vem em minha direção e eu não conseguia reagir. De repente ao perceber o perigo me jogo para o lado,a queda é dolorosa,uma caminhonete para ao lado e um homem sai de dentro do veículo.

— Héctor... — Ainda estando no chão me arrasto para longe — Como me achou?

— Conheço essa floresta como a palma da minha mão e eu sabia que você ia por esse caminho então peguei um atalho. — Ele responde — Eu preciso que venha comigo.

— Não... — Me levanto rapidamente no chão.

Héctor aponta a arma em minha direção e quando estava prestes a atirar jogo areia em seus olhos,ele fica desorientado. Tento correr,o homem agarra a gola da minha blusa.

— Você não vai fugir garoto.

Hector me empurra e quando vou perdendo o equilíbrio ele me acerta com um soco forte no rosto,na mesma hora vou ao chão totalmente desacordado...

...

...só por um breve momento...

Ouço minha mãe cantarolar aquela canção de ninar,sinto suas mãos acariciando meus cabelos,mas eu só conseguia ver escuridão.

— Ele está em bem agora. — Diz meu pai — Livre de toda a maldade do mundo.

Lentamente vou abrindo os olhos e vejo os dois ao meu lado...

— Kevin... — Minha mãe se emociona.

— Família...união. — Falo juntando todas as minhas forças.

Infelizmente eu não conseguia fazer mais do que isso,vejo seus rostos pela última vez e fecho os olhos...

...

Estou em uma sala vazia,minha cabeça doía muito...infelizmente não tinha mais nada que eu pudesse fazer.

— O ritual está quase completo agora que temos um recém chegado. — Héctor está ali — Obrigado por se sacrificar por nós Kevin.

— O que vão fazer comigo?. — Pergunto.

— Paciência...e se prepare,irei buscar Dolores e assim vamos acabar de vez com isso. — Ele sai trancando a porta.

Permaneço jogado no chão da sala vazia como se não fosse nada. Olho para um canto escuro e vejo uma silhueta.

— É uma pena. — Fala a pessoa com uma voz conhecida — Eles vão finalmente conseguir.

— Por qual motivo?.

— É apenas um ritual fajuto,óbvio que não vai adiantar em nada.

— Mas e eu? onde entro nisso?. — Digo o encarando.

— Supostamente eles acreditam que sacrificando um recém chegado e uma criatura irão voltar a vida. — Responde o até então desconhecido — Da até vontade de rir,mas na teoria nós deixamos de existir e eles retornam ao mundo real.

— Uma criatura? mas que tipo de criatura é essa?. — Digo meio confuso

— Eu...

— E quem é você?...

— Não lembra de mim?...sou eu,Igor...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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