4ª Capítulo.

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Durante o jantar Carl me contava as aventuras que viveu ao chegar nesse lugar,ele até que é uma pessoa legal,mas ainda não mencionou nada sobre sua vida antes daqui. Seria meio inconveniente perguntar,se eu não consigo lembrar do que aconteceu comigo talvez ele também não consiga.

— Quantos anos você tem Kevin?. — Pergunta ele.

— 15. — Respondo — E você?.

— Tenho 32. — Ele sorri.

— Como era sua vida antes de vir para cá?. — Pergunto.

— Não há muito para contar,tive uma vida comum como qualquer pessoa. — Seu sorriso se desfaz — O mais importante é que estamos aqui e está tudo bem.

— Como está tudo bem se existem monstros perigosos ai fora?.

— Kevin,os humanos é que são os verdadeiros monstros...todos eles.

— Que forma mais negativa de pensar

— Basta olhar ao seu redor,iria se surpreender. Sabe garoto,eu sempre passei a minha vida acreditando em muita coisa,mas percebi com um tempo que só deveria acreditar em mim mesmo. — Ele encara o vazio.

— Eu acredito que algo melhor vai acontecer,para todos nós. — Tento ser positivo — Deus não deixaria isso acontecer a toa,verdade?.

— Se ele existisse desceria daquela nuvem. — Carl suspira — ...não hoje,não amanhã,talvez seus descendentes possam presenciar,mas até lá muitos já terão partido. Falei muita besteira por hoje,é melhor você ir descansar,amanhã iremos fazer uma visita a uma amiga,ela ira te ajudar a sair daqui...o quarto de hóspedes fica na última porta do corredor. — Ele se levanta da cadeira e caminha até a sala me deixando sozinho.

...

O quarto de hospedes possuía móveis velhos e uma cama que não parecia nem um pouco confortável,mas eu estava cansado de mais para me preocupar com isso. Era estranho dormir com roupas casuais,ao menos eu podia me contentar em tirar os sapatos e relaxar.

Lá fora as criaturas ainda faziam o caos com seus barulhos insuportáveis,eu não sabia como iria conseguir pegar no sono desse jeito. Quem me dera poder acordar e perceber que tudo isso fosse apenas uma invenção da minha mente,um pesadelo que nos faz despertar no meio da noite e esquecer logo em seguida,mas eu estou aqui ainda...

Por fim meus olhos foram se fechando involuntariamente até finalmente conseguir dormir...

...

Na manhã seguinte acordo me sentido tonto,por um momento estranhei não estar em meu quarto,logo lembro do dia anterior e levanto rapidamente da cama. Saio do quarto e vou caminhando em direção a sala,ao chegar lá vejo Carl olhando pela janela.

— Como passou a noite?. — Ele nota minha presença.

— Até que bem,não tive problemas para dormir. — Respondo.

— Lá fora está bastante calmo,chega a ser assustador. — Mesmo de costas vejo um meio sorriso se formar em seu rosto.

— Acho que eu não tinha dito isso antes,mas só queria agradecer por você me salvar ontem.

— Bem,eu posso ter perdido a fé na humanidade mas sei quando alguém tem uma grande alma. — Ele se vira e olha para mim — Depois do café vamos a casa de Jessie.

— Aquela sua amiga que você mencionou?. — Pergunto

— Sim,ela é uma jovem de 23 anos,sabe de muita coisa,até mais do que eu,provavelmente pode te tirar daqui. O único problema é que sua casa fica longe e o caminho até lá vai ser largo e perigoso.

— Então é melhor a gente ir se apressando.

— Você ainda não se lembra de como chegou aqui?. — Pergunta ele.

— Não,toda vez que tento lembrar minha cabeça dói...inclusive eu...bom,deixa pra lá,não é algo importante.

Carl me observa meio sério mas não diz nada sobre,ele vira o rosto e volta a olhar pela janela novamente...era só uma simples tontura,nada que eu pudesse ficar me preocupando a toa...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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