8ª Capítulo.

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Abro os olhos devagar e vejo que já estava de manhã,logo de cara tive uma surpresa desagradável. Me observando do alto do muro uma criatura humanóide de pele cinza,olhos negros,mãos desproporcionais ao corpo e uma boca que parecia estar costurada. Ele pula para dentro e vem caminhando lentamente em minha direção,vou me afastando,qualquer movimento brusco que eu fizesse aquilo poderia avançar em mim.

De repente uma pedra voa em direção a cabeça da criatura que rapidamente fica desorientada com a pancada.

— Pegue a mochila e venha por aqui. — Carl sussurra.

Levanto do chão e faço o que ele pede...saímos do refúgio temporário o mais rápido possível.

— Eu achei que tivesse ido sem mim. — Falo surpreso.

— Eu fui atrás de mantimentos,quando voltei vi a massa cinzenta te observando...e falando no diabo olha ele ai.

Carl agarra meu braço e me força a correr o tanto que eu podia. A criatura nós perseguia,ela pulava bem alto e com isso estava nos alcançando.

— Dica 1,quando uma criatura rápida persegue uma pessoa ela sempre escolhe o alvo maior.

Ao dizer isso Carl me empurra e eu caio entre uns arbustos crescidos no meio da calçada,sinto meu joelho doer. A criatura passa saltando por mim e não me vê,ela mantém o foco em perseguir o homem que corria como um maluco.

— Ele deveria me avisar da próxima vez que for me empurrar assim. — Reviro os olhos.

Caminho em linha reta,eu não sabia por onde ia,talvez na mesma direção em que Carl foi. A rua continuava deserta,tinha alguns carros velhos abandonados ali,paro de andar por um instante e encosto em um deles,fecho os olhos e quando abro novamente vejo um vulto se esconder de trás de uma árvore.

— Quem está ai?. — Pergunto.

— Finalmente. — Carl aparece de repente.

— De onde você saiu?. — Digo assustado.

— Eu me escondi de baixo desse carro. — Ele sorri — Consegui despistar a criatura.

— Foi uma ótima ideia. — Cruzo os braços.

— Irônico você. — Diz ele indiferente — A propósito,com quem estava falando?.

— Ninguém. — Movimento os ombros — Vi algo se esconder ali,mas não parece nada.

— Vamos Kevin,essa manhã foi muito maluca,já éramos para ter chegado a casa de Jessie a muito tempo.

...

E assim a gente vai andando,dessa vez sem imprevistos,se não fosse o susto que tivemos hoje de manhã eu diria que o dia está bem calmo.

— Desculpe pelo empurrão. — Carl fala diretamente.

— Sem problemas,fiquei com o joelho ralado mas estou vivo. — Sorrio — Aquela criatura que nos atacou,você viu a altura que ela pulava?.

— É,a maioria delas tem habilidades especiais.

— Então o perigo é ainda maior. — Suspiro — Você não usa armas para se proteger?.

— Armas são uma porcaria. — Ele responde.

Ficamos alguns minutos em silêncio...

— Nós viramos um monstro horrível quando uma criatura nos ataca,mas o que acontece se morremos...tipo...por doença ou qualquer outra coisa?. — Pergunto.

— Você faz muitas perguntas Kevin,deveria só se contentar no que está acontecendo. Vê,não há cadáveres espalhados por aqui pois quando morremos a gente simplesmente desaparece...simples.

— Conhece alguém que já foi mordido por uma criatura? no que ele se transformou?.

Carl me olha meio indignado por eu continuar fazendo perguntas.

— Eu evito ficar com pessoas por aqui,Jessie até me ofereceu sua casa como abrigo mas recusei.

— Sabe Carl,eu realmente quero fazer amizade com você,sério,mas seu ego anti-social não permite.

— Eu já fui legal,na minha vida passada. — Ele apressa o passo.

— Você é um cara complicado e cheio de rancor. — Ando na mesma velocidade que ele.

Agora nós não estávamos mais no centro da cidade e sim em um bairro na qual eu nunca estive. Carl para em frente a uma determinada casa e a observa como se estivesse tentando lembrar de algo...mas ele não parece nem um pouco feliz...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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