9ª capítulo.

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Agora nós não estávamos mais no centro da cidade e sim em um bairro na qual eu nunca estive. Carl para em frente a uma determinada casa e a observa como se estivesse tentando lembrar de algo...mas ele não parece nem um pouco feliz.

— Essa é sua casa?. — Pergunto.

— Sim,está meio sombrio por aqui. — Carl suspira — Vamos continuar andando — Ele passa a caminhar um pouco rápido.

— Você sente falta?. — Caminho na mesma velocidade dele.

— Uma parte de mim sente,mas a outra aceita as coisas como são.

— Como era o nome da sua esposa?.

— Ally...

— Nome legal. — Sorrio.

— E você Kevin?. — Ele pergunta — É o típico adolescente problemático?.

— Mais ou menos. — Respondo — Não me identifico em nada,talvez eu seja um pouco de tudo.

— Você não parece o tipo com uma característica marcante. — Ele sorri — E a sua família? como eles são?.

— Meus pais vivem discutindo,as vezes ficam o tempo todo olhando para a tela do celular e raramente me perguntam como estou,mas eu não os culpo...são pessoas legais.

— Filho único?.

— É... — Dou um meio sorriso — Eu queria saber como eles estão agora.

— Garanto que estão bem preocupados com você agora.

— Espera,é impressão minha ou tem uma mulher com um vestido branco bem ali?. — Aponto para o meio da rua.

— Não é impressão. — Carl responde — Realmente há uma mulher ali,mas ela não parece ser humana.

Uma moça com pele pálida e um longo cabelo escuro flutuava despreocupada no meio da rua,ela se mantém de costas o tempo todo. Apesar de ser bastante alta o que mais chamava atenção nela não era o fato de estar flutuando,era o vestido,eu não sabia deduzir se a mulher tinha pés e mãos ou se sua roupa os cobria.

— É seguro passar por ali?. — Perguntei.

— Vem,não precisa se preocupar.

Continuamos a caminhar lentamente pela calçada enquanto a estranha mulher permanecia ali...ela nos observa quando passamos ao seu lado.

Seu rosto era bonito,os olhos verdes não tinham pupilas e seu sorriso mostrava dentes pontudos.

— Kevin,não fique encarando essa coisa. — Diz Carl de maneira inconveniente.

— Por qual motivo ela não nos ataca? é um tipo de criatura do bem?.

— Na verdade não sei explicar,há algumas criaturas aqui que não atacam a gente,mas claro,se mexer com elas você sofrerá as consequências.

A mulher continuava nos observando,mas logo segue seu caminho em uma direção oposta. Por um momento me senti bem,eu nunca tinha me sentido assim antes.

...

Depois de alguns minutos chegamos a um novo bairro,talvez eu já tenha vindo aqui no mundo real mas não lembro.

— Jessie mora aqui. — Carl aponta para a casa colorida a direita.

Um jardim coberto por flores,isso é o que me chama atenção.

— É esse o lugar?. — Pergunto — Mas não tem cerca,como ela se protege das criaturas? e esse jardim?.

— Jessie é uma maluca,eu já disse isso,ela até me deu uma senha para quando aparecesse aqui.

Fomos até a varanda,Carl de forma entediada bate na porta fazendo o som de uma música clássica.

— Quem está ai?. — Grita uma voz feminina.

— Sou eu...

— Eu quem?. — A voz insiste.

— Carl...eu não tenho paciência. — Ele revira os olhos.

Rapidamente a porta é aberta...

Jessie,a moça que provavelmente poderia me ajudar,ela aparece na porta vestida com roupas ao estilo hippie. Sua pele é mestiça,em seu rosto é notável perceber características indianas,cabelo escuro e liso,meio gordinha,mediana,olhos negros e uma covinha charmosa do lado esquerdo da bochecha.

— Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você deixaria esse seu lado solitário e viria para cá. — Diz ela animada — E trouxe um visitante fofo,qual seu nome boneco?.

— Kevin. — Respondo timidamente.

— O talismã sagrado e poderoso...venham,não fiquem parados ai.

Por dentro a casa de Jessie era ainda mais colorida,muitas pinturas,plantas,móveis modernos...nem parecia que esse era um mundo paralelo habitado por criaturas.

— Muito bem. — Ela se agita — Qual a razão da visita de vocês?

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(Continua No Próximo Capítulo)

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