17ª Capítulo.

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Eu andava em um corredor que parecia infinito,os quadros na parede eram de pessoas deformadas,é notável a dor e o sofrimento nas imagens. Uma porta no fim do corredor está entreaberta,não tive outra alternativa a não ser ir em direção aquele quarto.

— Oi Kevin...

Um garoto igual a mim está em pé de costas para a janela.

— Quem é você?. — Pergunto.

— Não está vendo?. — Ele debocha — Eu sou você.

— Isso não pode ser possível.

— Bom,eu sou sua insanidade e ela não anda nada bem. Você viu tanta coisa que nenhum humano jamais suportaria.

De repente me vejo no meio da calçada daquele bairro onde eu costumava passar para chegar a escola mais rápido,os flashbacks do acontecido atormentavam a minha cabeça.

— Não consegue lembrar?. — Aquele que dizia ser eu estava ao lado — Saber a verdade está te deixando maluco,mas o impacto só vem quando estamos desprevenidos. Desista Kevin e deixe a insanidade tomar conta de você...para onde vão as pessoas quando morrem?...para onde vão as pessoas quando morrem?...para onde vão as pessoas quando morrem?.

E assim eu acordo de volta na casa do velho casal,olho pela janela e ainda está de dia. Talvez se eu contasse esses sonhos malucos para os dois eles poderiam me ajudar...sei lá...foram gentis me oferecendo abrigo acho que devem saber uma solução.

...é isso...

...

Saio do quarto e caminho em direção a escada,ao chegar na metade vejo os dois conversando sentados no sofá da sala.

— Quanto tempo ele irá ficar?. — A mulher pergunta.

— Talvez devêssemos esperar mais um dia,ele está fraco de mais.

— Mas e se ele...você sabe...morrer antes da hora?.

— Então teremos que fazer o ritual hoje a noite antes que ele morra e fique preso aqui para sempre. Kevin é o nosso ingrediente mais valioso...a alma de um recém chegado.

Ritual?...mas o que exatamente esses dois estão falando?...vão me usar em um ritual?. Eu sabia que tinha algo podre neles,Carl estava certo esse tempo todo,os humanos são os verdadeiros monstros.

— Kevin,que bom que está aqui. — Dolores está parada em pé na minha frente me olhando de maneira assustadora — Se sente bem?.

— Bom,na verdade eu já estou de saída. — Respondo caminhando de fininho.

— Mas é perigoso sair assim,estamos no meio do bosque...querido.

Um frio na barriga surge quando a velha fala a última frase...

— O que foi Kevin?... — Héctor se aproxima.

— Já chega de fingimento. — Falo diretamente — Eu ouvi tudo,vocês vão me usar em uma espécie de ritual.

...o casal se olham entre si...

— Só a alma de um recém chegado pode nos libertar desse lugar demoníaco e você vai nós ajudar por bem ou por mal. — Héctor altera a voz.

— E que tal nenhum dos modos?. — Debocho.

Nesse mesmo instante fujo deles subindo novamente as escadas,eles estavam na minha frente e essa foi a única solução. Vou até o quarto onde eu estava e tranco a porta...não tinha nada que eu pudesse fazer a não ser pular a janela,mas era alto...

— Kevin,seja uma boa pessoa e nos deixe entrar. — Ouço a voz de Dolores.

— Vão pro inferno...

E com o último gesto de desespero pulo a bendita da janela,com a ajuda de uma árvore pude me segurar em um galho antes de cair no chão e é por ela onde desço.

Eu estava no meio do nada e não sabia por onde ir,apenas corro como sempre fiz,lá atrás Héctor sai de sua horrorosa casa e vem em minha direção segurando uma arma.

— Precisamos dele vivo. — Grita Dolores.

O homem parece ignorar e começa a atirar,alguns tiros pegavam em árvores próximas,outros quase me acertavam. A má sorte estava novamente ao meu lado quando vejo a criatura negra no alto de um morro.

...essa noite prometia ser a mais tensa de todas...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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